Parque das Serras do Porto: Gestão ativa como medida eficaz de prevenção de incêndios
Integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas e com um cariz marcadamente periurbano, a Paisagem Protegida Regional Parque das Serras do Porto estende-se por Gondomar, Paredes e Valongo e, além de espaço de usufruto salutar da natureza, é um excelente laboratório, no qual se colocam em prática ações efetivas de gestão ativa, alicerçadas em conhecimento científico, no trabalho em rede e nas parcerias.
Parte significativa do território é também Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000, ao abrigo da Diretiva Habitats. Os valores patrimoniais destas serras são de facto notáveis, na geodiversidade, na biodiversidade, na arqueologia e nas tradições, o que fundamentou a sua classificação e motiva o empenho diário na sua valorização.
Num território essencialmente de índole florestal, a prevenção de incêndios é um objetivo transversal à atuação das várias entidades competentes, que unem esforços com vista a reduzir ocorrências e minimizar impactes negativos. Silvicultura preventiva pelas equipas de Sapadores Florestais, instalação de câmaras de deteção pelo projeto rePLANT, expansão da floresta autóctone pelos projetos FUTURO e Metro Quadrado são apenas alguns exemplos, com resultados francamente positivos.
Em complemento a este trabalho regular, da iniciativa de diversas entidades públicas e privadas, a Associação de Municípios tem vindo a implementar vários projetos financiados, nomeadamente pelo Fundo Ambiental, pelo PO SEUR e pelo Programa LIFE, direcionados em especial para o controlo de plantas invasoras, considerado basilar na gestão ativa desta paisagem protegida.
Atualmente, as parcelas objeto de intervenção já ultrapassam os 220 hectares e espera-se duplicar esta área com o novo projeto «LIFE Serras do Porto», a decorrer até 2027, que conta também com os Municípios de Gondomar, de Paredes e de Valongo, a LIPOR e a Navigator Forest Portugal, além de largas dezenas de stakeholders e proprietários. Com um investimento global de 3.6 milhões de euros e focado na adaptação às alterações climáticas, é uma oportunidade ímpar para se consolidar e escalar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em prol da paisagem, da melhoria dos ecossistemas e da biodiversidade, contribuindo para incrementar a resiliência das Serras do Porto e da sua floresta.
Artigo incluído na edição 101 da Ambiente Magazine