“Um ponto de encontro entre empresas que pretendem financiar o investimento sustentável”, é assim que Nuno Brito Jorge classifica a plataforma da qual é CEO, a Parity. Foi lançada pela Boa Energia, uma empresa de serviços energéticos que tem o objetivo de colocar pessoas e empresas a produzir a sua própria energia e a utilizá-la de forma eficiente.
A plataforma é o primeiro marketplace de investimentos sustentáveis em Portugal, e está disponível em goparity.com. Para participar basta fazer um registo.
A Parity “já está implementada em versão beta”, tendo sido lançada a 21 de setembro, no Porto. Neste âmbito, Nuno Brito Jorge avançou à Ambiente Magazine.com que espera “logo no início de outubro estar formalmente a disponibilizar investimentos”.
“Sabemos que há cada vez mais empresas e pessoas com projetos na área da sustentabilidade, que muitas vezes ficam «na gaveta» por falta de financiamento”, apontou o CEO, um dos principais motivos que serviram de inspiração para esta iniciativa. Reforçou ainda que, muitas vezes, “ são os próprios meios de financiamento tradicionais que ainda não se adaptaram a esta nova realidade e não sabem lidar com este tipo de projetos e promotores”.
Nuno Brito Jorge recordou ainda como, em meados de 2012, surgiu a ideia para este marketplace sustentável: “Em conjunto com uns amigos, queríamos usar algumas das nossas poupanças aplicando-as de maneira sustentável e com uma boa rentabilidade. Fizemo-lo numa pequena central de energia solar que acabámos por financiar com a ajuda de familiares e amigos que quiseram também investir. A experiência correu bem e percebemos que podia haver ali um modelo para replicar”.
Avançou ainda que têm a expectativa de “viabilizar muitos mais projetos”, acrescentando: “começámos pela energia solar mas esperamos rapidamente dar o «salto» para a eficiência energética e, mais tarde, para outras áreas da sustentabilidade”.
Segundo disse o CEO, em declarações à Ambientemagazine.com, a Parity tem três “targets” principais. Em primeiro lugar, os promotores, que podem ser “qualquer empresa ou organização que pretender financiar um projeto”. Em segundo, os investidores, que podem ser “qualquer cidadão que pretender aplicar parte das poupanças em investimentos sustentáveis que criam valor real”. E por fim, os instaladores, ou seja, “empresas de serviços energéticos ou outros que tenham intenção de ajudar a promover projetos”.
A cidade Invicta foi a escolhida para o lançamento da plataforma, o que “foi uma espécie de reconhecimento da postura vanguardista da cidade”, avançou Nuno Brito Jorge, que explica: “tanto na autarquia como na Agência de Energia do Porto, há um forte empenho em inovar na área da energia e em facilitar a transição energética e o empowerment dos cidadãos”.