O partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza) acaba de recomendar ao Governo que integre a campanha da Organização das Nações Unidas (ONU), Clean Seas. Com o objetivo de reduzir drasticamente a poluição de lixo marinho e o seu impacto no ecossistema, este desafio foi lançado em 2017 e visa, essencialmente, trabalhar com os governos, a sociedade civil, o público em geral e o setor privado para solucionar o flagelo do plástico marinho.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “todos os anos, uma parte muito significativa dos plásticos da indústria e dos consumidores são libertados no ambiente, estimando-se que cerca de 10% dos plásticos produzidos terminem nos oceanos e mares.” E acrescenta que “em menos de um século de existência os detritos de plástico já representam cerca de 60 a 80% do lixo marinho dependendo da localização.”
Dados da Eurostat (2015) indicam que, por ano, a Europa produz cerca de 58 milhões de toneladas de plástico e Portugal contribui com quase 370 toneladas, uma média de 36kg por pessoa, valor acima da média europeia (31kg/pessoa). Segundo a Plastics Europe, o uso dos plásticos distribui-se da seguinte forma: 40% para embalagens, 22,5% para bens de uso doméstico e de consumo, 20% usados em edifícios e construção, 9% em automóveis e camiões, 6% em equipamento elétrico e eletrónico e 3% no setor agrícola.
A iniciativa Clean Seas já conta com o compromisso de 98.945 entidades públicas e privadas entre os quais 44 países, nomeadamente, o Brasil, o Canadá, a Costa Rica, a Dinamarca, a França, a Jordânia, as Maldivas, a Serra Leoa, o Sudão, o Reino Unido, entre outros. O mais recente país a assinar foi o Bahrain.
“Há que ir mais além nas políticas públicas para preservar o nosso oceano da poluição dos plásticos e dos microplásticos” alerta Francisco Guerreiro, porta-voz do PAN. “Portugal não pode ficar à margem deste apelo da ONU” conclui o dirigente.