O eurodeputado do PAN qualificou hoje de “relevante” e “exigente” a pasta atribuída a Portugal na nova Comissão Europeia, da Coesão e Reformas, afirmando esperar que o pelouro da comissária Elisa Ferreira tenha”pendão de emergência climática”, cita a Lusa.
“É uma pasta bastante relevante para Portugal e para a Europa e que é exigente, mas à qual Dra. Elisa Ferreira certamente responderá com a maior responsabilidade e eficiência, como tem mostrado ao longo dos anos, não só ao nível dos fundos regionais, de coesão, mas também sendo uma ferramenta orçamental para a transição energética, o que nos parece bastante relevante”, afirmou o eurodeputado Francisco Guerreiro à agência Lusa, em Bruxelas.
Reagindo ao anúncio da pasta portuguesa, feito hoje pela presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o eleito do PAN observou que a comissária designada por Portugal, Elisa Ferreira, “tem alguma sensibilidade em matéria ambiental”.
“Queremos ver até onde vai essa sensibilidade e tudo faremos para garantir que esses fundos são alocados do modo mais correto e que haja esse pendão de emergência climática nesta alocação dos fundos”, salientou. Ao mesmo tempo, o PAN disse esperar “um melhor valor possível para estas alocações, sem grandes alterações nos fundos de coesão, que são tão fundamentais para o país”.
“É uma pasta bastante relevante até porque foi reforçada: não é só relativamente aos fundos de coesão, mas também tem uma ferramenta orçamental para a transição energética, que é muito importante e que fará com que se consiga também caminhar para a descarbonização de modo mais rápido”, reforçou Francisco Guerreiro.
O eurodeputado do PAN adiantou esperar que, no âmbito da atribuição destes fundos comunitários, “não se esqueçam do interior de Portugal, que é fundamental para combater as alterações climáticas, nomeadamente no que toca a fundos estruturais para transição para modelos mais sustentáveis de produção de alimentos”.
A comissária designada por Portugal para integrar o futuro executivo comunitário, Elisa Ferreira, terá a pasta da Coesão e Reformas, anunciou hoje a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.
Os 26 comissários designados (o Reino Unido, que deverá deixar o bloco europeu em 31 de outubro, na véspera da entrada em funções do novo executivo, não designou candidato) serão agora sujeitos a audições no Parlamento Europeu, perante a comissão parlamentar competente, o que deverá acontecer no início de outubro, com a assembleia europeia a pronunciar-se sobre o colégio no seu conjunto numa votação prevista para 22 de outubro, em Estrasburgo.
A nova Comissão Europeia deverá entrar em funções em 1 de novembro, depois do necessário aval da assembleia europeia. Elisa Ferreira, 63 anos, foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, foi eurodeputada entre 2004 e 2016, tendo ocupado desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.
A futura comissária, a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986), sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP, e que teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação e foi nomeado em novembro de 2014.