PAN defende criação de sistema de gestão para resíduos têxteis
O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) apresentou, esta terça-feira, 7 de março, uma iniciativa que visa a criação de um sistema de gestão para resíduos têxteis em Portugal, à semelhança do que já acontece com outros tipos de resíduos, como embalagens usadas, equipamentos elétricos e eletrónicos ou pilhas e baterias.
Esta é uma iniciativa que está em linha com a diretiva comunitária para os resíduos e com a concretização da economia circular e do princípio do poluidor-pagador, previsto na Lei de Bases do Ambiente.
“A chamada ‘fast fashion’ tem hoje um impacte ambiental muito significativo. É premente fazer face à crescente produção de resíduos têxteis, devido às suas características ou produção em grande escala”, afirma Inês de Sousa Real, num comunicado enviado pelo PAN à imprensa.
Segundo a proposta do partido, a responsabilidade dos resíduos deve ser assumida pelo produtor, que gere ou delega a gestão dos mesmos a entidades próprias, que são associações sem fins lucrativos. As estas caberá, mediante o pagamento de um valor monetário por cada produto colocado no mercado, realizar os esforços necessários para dar cumprimento às metas europeias de recolha, reutilização, reciclagem e valorização de resíduos.
Para além da meta fixada na diretiva comunitária, o PAN nota que, desde março de 2021, a União Europeia está a definir uma estratégia para os têxteis sustentáveis e circulares. A proposta prevê um conjunto de ações concretas para garantir que, até 2030, “os produtos têxteis colocados no mercado europeu sejam de longa duração e recicláveis, feitos tanto quanto possível de fibras recicladas, isentos de substâncias perigosas e produzidos no respeito dos direitos sociais e do ambiente”.
O crescente aumento do consumo e descarte de têxteis, sobretudo, na ‘fast fashion’, constitui um problema para a sustentabilidade, dados os elevados volumes de recursos naturais escassos como a água e solo, de químicos e emissões de carbono, salienta o PAN, no comunicado.
Na Europa, cada pessoa compra, em média, cerca de 26 quilos de têxteis e deita fora 11 quilos, todos os anos. Segundo os dados apresentados pelo partido, apenas 1% das roupas descartadas globalmente é reciclada.