Todos os países devem estar comprometidos com a neutralidade carbónica até 2050: “Isto, se o mundo quiser evitar um aumento desastroso da temperatura de 2,4 graus Celsius até o final deste século”, alertou o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, numa reunião climática de Alto Nível em Petersberg, na Alemanha.
No seu discurso, António Guterres também deixou uma mensagem de esperança: “Vejo sinais encorajadores de algumas das principais economias”, nomeadamente, “aqueles países que representam 73% das emissões e que se comprometeram com emissões líquidas zero até meados do século”.
Segundo o secretário-geral da ONU, todos os países – especialmente o G20 – precisam de aumentar ainda mais o desafio da mitigação até a COP26, sublinhando que a ameaça climática é já uma realidade nos países em desenvolvimento.
“O resultado final é que, até 2030, devemos eliminar as emissões globais em 45% em comparação com os níveis de 2010 para chegar às emissões líquidas zero até 2050. É assim que manteremos viva a esperança de 1,5 grau”, disse António Guterres, destacando que “a maior prioridade do mundo deveria ser dispensar completamente as centrais elétricas movidas a carvão poluente e substituí-las por energia renovável”.
Após saudar os Governos que prometeram acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, António Guterres reforçou que o momento de agir é agora: “Os países têm que colocar um preço no carbono e transferirem a tributação da renda para o carbono”.
O secretário-geral da ONU aproveitou o momento para deixar também um apelo às e instituições financeiras, insistindo na promoção de “soluções de financiamento de baixo carbono e resilientes” alinhadas com a meta de 1,5 grau (Acordo de Paris de 2015 ). “Reitero meu apelo aos bancos multilaterais de desenvolvimento para garantir que pelo menos 50% do financiamento climático seja para adaptação e resiliência”, declarou.