Os líderes políticos que participaram ontem, dia 19, no Painel de Alto Nível sobre “Nível da Água e Desastres Naturais” do 8º Fórum Mundial da Água, que decorre até ao próximo dia 23 de março, em Brasília, de países como a Hungria, Japão e Myanmar, partilharam as suas experiências e deram recomendações para evoluir no combate a desastres relacionados com a água.
As recomendações, de uma forma geral, passaram pela necessidade de uma maior coordenação internacional sobre matérias relacionadas com os recursos da água; disponibilizar mais recursos financeiros para esta área já que há uma necessidade de duplicar o investimento nas políticas da água; e desenvolver a educação, ciência e tecnologia para criar conhecimento sobre este tópico.
O presidente da Hungria, János Áder, enfatizou que a mudança climática anda de mãos dadas com as alterações do ciclo hidrológico e que os custos dos desastres naturais aumentaram drasticamente face à década de 1990. “Os governos nacionais não devem optar por orçamentos baixos quando se fazem investimentos em infraestruturas. A prevenção é sempre mais barata”, referiu.
Para o príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, a comunidade internacional deve juntar esforços para contra-atacar as ameaças que estão a ocorrer a uma escala global. Além disso, citou a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que estão a orientar as ações e sublinhou que “as metas apenas serão alcançadas se a relação de causa-efeito entre a água e outros setores for totalmente compreendida”.
O ministro dos Recursos Naturais e Conservação do Ambiente de Myanmar, Ohn Win, referiu que a segurança da água é fortemente influenciada pelas alterações climáticas e, por isso, a Agenda 2030 deve promover uma mudança integrando os players de vários setores. “As cheias e chuvas fortes já foram associadas a grandes epidemias e doenças relacionadas com a água”, disse Win, quando se referia a outro problema causado pelos desastres naturais.
O principal objetivo do Painel foi traduzir os acordos globais sobre compromissos políticos e ações concretas, com um foco especial nas questões tais como reforçar o financiamento e o investimento para a redução do risco de desastres e a promoção da ciência e da tecnologia.