Um ano após o seu lançamento, a iniciativa “Pacto do Porto para o Clima”, que pretende despertar a ação dos cidadãos e organizações, conta já com mais de 600 subscritores mobilizados para a missão de alcançar a neutralidade carbónica até 2030.
No campo da energia, saliente-se a transição de toda a iluminação pública da cidade para tecnologia LED. Neste momento, o Porto já conta com mais de 10 mil luminárias LED para redução do consumo de energia na via pública. A mobilidade elétrica é outra das apostas, com os veículos elétricos no universo municipal a abrangerem 75% de toda a frota. Recorde-se ainda que, desde 2021, toda a energia elétrica consumida pelo Município foi comprovadamente produzida a partir de fontes renováveis.
Prossegue ainda o investimento na implementação de energia solar em edifícios municipais. Existem já diversas escolas públicas com painéis fotovoltaicos instalados, como é o caso da Escola Básica de Agra do Amial, zona onde irá ser criada uma comunidade com partilha de energia em conjunto com os edifícios habitacionais. O número de painéis continua a crescer diariamente e a ambição é utilizar os telhados de mais de 50 bairros municipais para produzir 6 MW de energia renovável, servindo diretamente quase 30 mil pessoas.
Várias instalações municipais já seguem este princípio, como é caso do parque fotovoltaico de Nova Sintra, unidade que já assegura a autossustentabilidade do Campus da Águas e Energia do Porto. Este ano, na ETAR do Freixo, foram instalados 242 novos painéis, com uma potência instalada de 133 kWp, e uma produção anual esperada de 178 MWh, permitindo a redução do consumo energético em aproximadamente 4%. Foi também instalada, na cobertura do Pavilhão da Água, uma nova unidade de produção fotovoltaica de 70 módulos. Prevê-se uma produção de 48 MWh que diminuirá, anualmente, a sua pegada carbónica em 8,8 toneladas de CO2.
Por último, destaque para o Porto Energy Hub, instalado no Gabinete do Munícipe do Porto, que visa fornecer a famílias e empresas a informação necessária para reduzir custos, através de medidas de eficiência energética e produção descentralizada de energia renovável. Num ano, já foram alavancados cerca de 180 mil euros de investimento privado e realizadas perto de uma centena de ações de acompanhamento técnico. Nesta área em particular, o Município do Porto tem previsto um plano de incentivos à instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios particulares, que ronda os 8 milhões de euros até 2030, e será materializado através da redução do valor de IMI a pagar.
No campo da circularidade, o projeto de recolha de resíduos orgânicos conta já com mais de 34 mil famílias, resultando na recolha de mais de 2.500 toneladas, prevendo-se cobertura total da cidade até ao final deste ano.
Pela primeira vez, em parceria com a Federação Académica do Porto, foi firmado o Pacto da Queima das Fitas do Porto para o Clima, que permitiu alcançar um marco histórico, fruto da parceria com a Porto Ambiente, ao serem encaminhados para reciclagem 68% dos resíduos gerados neste evento.
Desde o início de setembro, a cidade é inteiramente limpa com recurso a Água para Reutilização, produzida na ETAR do Freixo. A limpeza do espaço público, mais especificamente a lavagem de arruamentos e equipamentos de deposição, é feita promovendo a reutilização de recursos hídricos, diminuindo o impacto ambiental, social e económico da sua operação na cidade.
Em curso está também a descarbonização da frota de equipamentos e viaturas para a limpeza urbana e recolha de resíduos na cidade, através do investimento de cerca de 10 milhões de euros.
No âmbito do projeto Asprela + Sustentável, foi lançado o ReBOOT, uma iniciativa de recuperação, reparação e partilha de computadores com entidades com projetos sociais, mostrando a aposta numa cidade baseada na economia circular, justa e responsável.
Na área da mobilidade, destaque para o Terminal Intermodal de Campanhã que permitiu aumentar a conectividade da cidade, ultrapassando o marco dos cinco milhões de passageiros no primeiro ano de atividade. Foram também criados a Rede 20 que promove a partilha de espaço público e limita a velocidade máxima a 20 quilómetros por hora e os novos terminais na Asprela e Batalha, fundamentais para reduzir o número de autocarros que entram no centro da cidade.
No âmbito da descarbonização da mobilidade, continua a renovação da frota da STCP, que passará a integrar mais 48 autocarros 100% livres de emissões e que chegarão à cidade nos próximos meses.
O arranque das obras de construção do metroBus, por parte da Metro do Porto, num investimento total de 66 milhões de euros, contribuirá para a descarbonização da cidade e incentivará a utilização do transporte coletivo dada a fiabilidade, rapidez e conforto que este projeto oferecerá aos seus utilizadores.
No campo dos espaços verdes, teve início a obra do Parque da Alameda de Cartes que permitirá a criação, em 2024, de um espaço verde que contará com uma área de cerca de 40 mil metros quadrados e irá promover a ligação a pontos estratégicos do território, nomeadamente aos bairros do Falcão, do Cerco e do Lagarteiro, bem como à Horta da Oliveira, ao Campo Municipal de Campanhã, à Piscina Municipal de Cartes e ao Parque Oriental da Cidade.
Essencial também para a descarbonização foi a plantação de mais de um milhar de árvores e arbustos autóctones em novas intervenções na rede de Biospots, nos nós do Regado e de Francos, e o lançamento do Plano de Arborização da Cidade do Porto que estabelece as bases da estratégia para uma arborização pública sustentável.
A nível institucional, o Futebol Clube do Porto anunciou o seu projeto para a criação de duas Comunidades de Energia Renovável, uma das quais no Estádio do Dragão que incluirá a disponibilização de soluções de carregamento de veículos elétricos. Ainda no âmbito energético, o Instituto Superior de Engenharia do Porto recebeu um financiamento de 5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência que permitirá reduzir as emissões de dióxido de carbono em 44,33%.
A Fundação de Serralves apresentou a sua Estratégia para a Neutralidade Carbónica. Entre as várias medidas apresentadas, destacam-se o aumento da eficiência energética, a redução de viagem corporativas e o reaproveitamento e redução dos materiais necessários para as exposições artísticas, trabalhando para uma redução das emissões de cerca de 30% em 5 anos.
Após um ano do seu lançamento, são já cerca de 400 os subscritores individuais e mais de 200 os subscritores institucionais.