Pacto Climático Europeu e ZERO desafiam eurodeputados portugueses a defenderem metas da COP 28

É um desafio aos 21 candidatos que vão ser eleitos nas próximas eleições europeias: coloquem as questões ambientais no centro do trabalho político em Estrasburgo e Bruxelas. “Para além da antecipação da neutralidade carbónica para 2040, a União Europeia deve mobilizar-se para reduzir 80% da dependência de combustíveis fósseis até 2030 e a neutralidade do setor energético em 2035”, afirma Duarte Costa, embaixador do Pacto para a ação climática.

Os candidatos portugueses às eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho devem comprometer-se, durante a campanha eleitoral, a defenderem em Estrasburgo e em Bruxelas as principais conclusões que a cimeira COP 28 aprovou em dezembro de 2023 no Dubai. Este desafio do Pacto Climático Europeu – uma iniciativa do Pacto Ecológico Europeu promovida pela União Europeia – vai ser apresentado no Festival Ativa Ação Climática, que irá decorrer em Lisboa de 17 a 19 de maio, organizado pela associação ZERO, no âmbito do projeto Ativa ClimaACT

“Perante a emergência climática que o mundo atravessa, é fundamental que os candidatos de todos os partidos que concorrem em Portugal às próximas eleições europeias tenham as questões ambientais no centro das suas propostas políticas”, afirma Duarte Costa, embaixador do Pacto Climático Europeu para a ação climática e, também, cabeça de lista do Volt Portugal para as eleições de 9 junho. “Na COP 28 foi possível chegar a um consenso quanto à antecipação da neutralidade carbónica para 2045. Esta é uma prioridade que, em teoria, deveria ser defendida pelos 21 eurodeputados portugueses: sabemos, contudo, que a maioria das candidaturas nestas eleições europeias não tem dado prioridade à ambição climática, nem especifica metas temporais para a neutralidade carbónica”, afirma Islene Façanha, da ZERO, que participou na COP 28 no Dubai.

Segundo Duarte Costa, “será o voto dos portugueses e demais europeus que irá decidir o nível de ambição ambiental na União Europeia, decisivo para salvar o planeta do ponto de não retorno nesta década”.

O Pacto Climático Europeu defende a eliminação dos combustíveis fósseis e a transição para sistemas energéticos renováveis de forma justa, ordenada e equitativa, como forma de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius nas próximas décadas. “Os portugueses que forem eleitos para o Parlamento Europeu devem exigir reduções drásticas das emissões globais de gases com efeito de estufa nesta década, de acordo com as recomendações científicas”, afirma Duarte Costa. Segundo este embaixador do Pacto Climático Europeu, especialista em alterações climáticas, “a União Europeia deve mobilizar-se para reduzir 80% da dependência de combustíveis fósseis até 2030 e a neutralidade carbónica do setor energético em 2035”.