A aplicação aos elevadores da tecnologia dos motores lineares – usada pelo comboio de levitação magnética Transrapid – vai permitir eliminar os cabos e pôr cabines deslizantes a transportar pessoas dentro dos edifícios, noticia o jornal Público.
O elevador, tal como o conhecemos, tem 160 anos e praticamente nunca mudou desde que em 1870 foi inaugurado o primeiro ascensor da era moderna no Equitable Building, em Nova Iorque. Uma cabine, um poço, um cabo e um motor são os elementos básicos deste equipamento, que permitiu durante um século e meio a construção de prédios cada vez mais altos, assegurando a mobilidade de quem neles vive ou trabalha.
O pensamento que levou à conceção de um novo tipo de elevadores teve-o o grupo alemão Thyssen, que concebeu a aplicação dos motores lineares ao movimento das cabines dentro dos edificios. A ideia tem origem no comboio de levitação magnética Transrapid, que circula a mais de 400 quilómetros por hora num corredor próprio magnetizado. No casos dos elevadores, o interesse não está na velocidade (as pessoas sentem desconforto a partir dos dez metros por segundo), mas sim na possibildade de se elimar os cabos e a sala das máquinas, libertando espaço para os edifícios, além da maior capacidade de transporte, uma vez que podem no mesmo poço circular várias cabines em circuito fechado.
A passagem de uma inovação para a sua comercialização nunca é imediata mas, Luís Ramos, diretor de comunicação da Thyssen, diz que ficou “surpreendido” com a quantidade de interessados. Já há cerca de 30 contratos de confidencialidade – todos privados e todos para projetos de arranha-céus – “que resultarão em igual número de projetos específicos para instalar o Multi”, como foi batizado este novo elevador. A maioria destes clientes é da Ásia, do Médio Oriente e dos Estados Unidos.