“A Engenharia Oceânica: desafios e oportunidades” é o tema que vai juntar cerca de 200 pessoas na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, esta quarta-feira, dia 11 de outubro, a partir das 10h30. A economia do mar representa 3% do PIB nacional e é um dos poucos setores nacionais em que a matéria-prima é portuguesa. A organização do evento é do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no âmbito do evento anual “Fórum INESC TEC do Outono”.
“Temos um dos principais corredores marítimos a nível mundial a passar em frente à costa portuguesa, o que, por si só, representa uma série de oportunidades em termos económicos, mas também vários desafios para a engenharia oceânica. Um exemplo concreto está relacionado com o fenómeno a que temos assistido no que diz respeito à eliminação de combustíveis fósseis nos automóveis e a substituição por energias alternativas, que está também a decorrer nos transportes marítimos”, explica Pedro Guedes de Oliveira, responsável pela organização do Fórum do Outono.
De acordo com o responsável, a tendência nesta matéria é o investimento em navios que utilizem gás natural liquidificado (GNL). Qual a vantagem competitiva que o território português apresenta nesta matéria em relação à maioria dos países da Europa? “Graças à nossa posição geográfica somos uma potencial “estação de serviço” para os veículos que precisam de reabastecer pelo caminho. A esta situação está associada um aumento natural da nossa atividade portuária”, refere o antigo de presidente do INESC TEC.
No entanto, todas as oportunidades já nomeadas e as que ainda vão ser identificadas no âmbito do debate que vai ser promovido esta quarta-feira acarretam um conjunto de desafios para a engenharia oceânica.
Por exemplo, o aumento da atividade portuária portuguesa e a tendência que há relativamente à proliferação de navios autónomos vai obrigar os portos a repensar algumas questões de logística. A extensão marítima portuguesa e o seu melhor aproveitamento representam outra oportunidade para a economia portuguesa, no entanto a profundidade do mar e a sua energia requerem soluções adequadas em termos de engenharia.
“Existem uma série de projetos piloto a nível mundial que têm sido testados nas nossas águas precisamente para avaliar questões como a resistência das estruturas e a produção de energia das ondas. É por isso que convidamos para participar neste fórum empresas que já atuam nesta área e querem continuar a apostar. Pretendemos dar voz às empresas e colocar academia, indústria e Governo a discutir, em conjunto, as oportunidades e os desafios atuais e futuros da engenharia oceânica”, afirma Pedro Guedes de Oliveira.
O Fórum INESC TEC do Outono 2017 vai, assim, dividir-se em dois subtemas: Energia e Portos e Transportes. Na sessão Energia, que vai decorrer às 14h30, vão marcar presença empresas com a EDP, a VESTAS, a Wavec ou a A. Silva Matos. Na sessão Portos e Transportes, com início às 16h30, a discussão vai contar com entidades como a APDL, a Fórum Oceano, a Transinsular ou o Arsenal do Alfeite.
A discussão tem, no entanto, início de manhã, pelas 11h00. A sessão de abertura vai ficar a cargo de Pedro Guedes de Oliveira, antigo presidente do INESC TEC e Professor Emérito da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e de Maria João Ramos, vice-reitora da U. Porto. Ainda de manhã, vai haver espaço para duas intervenções convidadas: Rui Marcelino, da Alma Design, e António Nogueira Leite, do Fórum Oceano.
O encerramento vai estar a cargo de José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC, e de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O programa completo pode ser consultado em: http://forumdooutono.inesctec.pt/index.php/programa/