Ativistas e organizações não governamentais da Bélgica, França e Portugal organizam esta terça-feira, 20 de junho, uma ação junto dos respetivos Bancos Centrais para exigir taxas de juro mais baixas para os empréstimos para renovação energética das casas e outros edifícios.
Em plena crise climática, é essencial proceder a uma renovação ampla dos edifícios para melhorar a sua eficiência energética e reduzir consumos, o que permitirá, em simultâneo, cumprir os objetivos climáticos e proteger as famílias europeias quer de condições meteorológicas extremas como ondas de calor, quer da volatilidade e aumento dos preços da energia. Os ativistas e as ONG apelam assim ao Banco Central Europeu e aos Bancos Centrais do Euro-sistema para que criem um mecanismo de empréstimos climáticos com condições vantajosas para apoiar a reabilitação energética de edifícios, sendo que até à data o BCE tem-se recusado a aplicar taxas diferenciadas de modo a garantir empréstimos suficientemente baratos.
Portugal apresenta um parque edificado antigo e de baixa qualidade que precisa de uma renovação urgente. É reconhecido que mais de 70% dos edifícios não são energeticamente eficientes, relembra a associação ZERO.
Os edifícios são responsáveis por 40% do consumo de energia final na UE (30% em Portugal) e 36% das emissões de dióxido de carbono. Além disso, a melhoria da eficiência energética dos edifícios também ajudará a combater a crise do custo de vida, uma vez que o consumo excessivo de energia em edifícios mal isolados inflaciona as faturas de energia.
“Estamos cheios de calor”, “Temos frio”, “A Terra está em chamas – por que esperas?”, “Renovem as nossas casas”: estas são as exigências escritas nos cartazes empunhados pelos ativistas junto do Banco de Portugal, do Banque de France e do Banque Nationale de Belgique.
Para Francisco Ferreira, da ZERO, “a existência de uma diversidade de apoios financeiros será fundamental para abranger todas as pessoas na onda de renovação dos edifícios, não deixando ninguém para trás. O Banco Central Europeu pode e deve ter um papel fundamental na transição climática e está na hora de assumi-lo”.