#Opinião: Transformar a casa para um futuro mais sustentável

Por: João Paulino, Responsável de Sustentabilidade e Seguros da UCI Portugal

Nos últimos anos, a preocupação com a sustentabilidade tem aumentado, a vários níveis e em diferentes setores da nossa sociedade. Mas será, de facto, uma prioridade para a maioria e é tida em conta na tomada de decisões?

Quando falamos em sustentabilidade, podemos falar em passos simples, a começar na nossa própria casa. E há muito que pode ser feito para conseguir uma maior poupança energética, consumindo eletricidade de forma mais consciente e racional, através da iluminação, climatização e/ou eletrodomésticos, ou até mesmo através do isolamento de paredes e coberturas, aliando a mudança de comportamentos à aposta em características da habitação mais eficientes. Importando compreender que a eficiência energética não diz apenas respeito a questões ambientais, mas é também uma estratégia ponderada e inteligente para uma maior sustentabilidade económica.

A sustentabilidade é uma luta em que todos podemos contribuir para a mudança. E uma luta que pode começar em casa.  Segundo o estudo “Obras em Casa”, que realizámos com a Spirituc, 66,5% dos inquiridos demonstram, efetivamente, preocupação e interesse nas questões referentes à sustentabilidade ambiental. Contudo, apenas 29,9% dos inquiridos referiram a melhoria da classe energética da casa como uma motivação para as obras – um valor que desce ainda mais, para os 7,6%, quando falamos de preocupações ambientais.

Mas o que é, afinal, a classificação energética das casas e como se mede? Na verdade, esta deveria ser uma das perguntas a ter em conta quando se pensa fazer obras em casa, porque estando consciente do que é o Certificado Energético e de que informações contém isso poderia ser usado para determinar as obras prioritárias, refletindo-se numa poupança anual na fatura energética. Por exemplo, os Certificados Energéticos incluem a classificação energética de um edifício ou fração, que é medida através de uma escala pré-definida de 8 classes: A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente). Mas, para além disso, os Certificados Energéticos têm também sugestões de melhorias da casa com impacto na eficiência energética, que a serem seguidas podem resultar numa redução das faturas de energia.

No caso em que as habitações têm uma classificação baixa, é possível realizar obras de melhoramento, como o isolamento térmico nas paredes, tetos ou mudança das janelas para janelas eficientes, sendo também um investimento que valoriza muito o imóvel.

Apostar numa casa mais sustentável é, cada vez mais, o futuro. Falamos de um caminho certamente desafiante, mas que pode ser feito paulatinamente e que deve ser uma prioridade neste setor. Porque o futuro de todos passa, inevitavelmente, por uma aposta assente na sustentabilidade.