Por: José Afonso, C&I Segment Marketing Manager Iberia na Eaton
O Parlamento Europeu tomou uma decisão de louvar para a eliminação do uso de Hexafluoreto de Enxofre (SF6) nos novos equipamentos de distribuição elétrica e instalações, que coloca a Europa no caminho certo para liderar a implementação de tecnologias de rede de tecnologia limpa, prontas para o “net zero”.
Esta decisão envia uma forte e importante mensagem aos Estados Membros de que devem apoiar a legislação para que estes equipamentos sejam gradualmente eliminados. A mensagem é clara: vamos acelerar este processo!
Mas será este um objetivo realista? Porquê tanta urgência?
A primeira razão está relacionada com a natureza do próprio SF6. Um gás sintético, 25.200 vezes mais potente que o CO2 e que permanece na atmosfera durante 3.200 anos após a sua emissão. Com as emissões acumuladas já em níveis recorde, o planeta não se pode dar ao luxo de permitir o “business as usual” no que diz respeito ao SF6.
Em segundo lugar, temos a questão do tempo. Neste momento, a UE está a orientar os Estados Membros para investirem na atualização e no fortalecimento das redes elétricas europeias com foco num futuro “net zero”. Ou seja, existe um significativo aumento da procura por soluções que suportem extensões de rede, pela implementação de energias renováveis e pela gestão dos fluxos elétricos.
É absolutamente crucial que o SF6 não esteja envolvido nesta demanda, e no processo de modernização e reconstrução das redes europeias, porque os novos comutadores permanecem nas redes durante 40 a 50 anos após a sua a instalação, e o risco para o ambiente seria simplesmente demasiado grande.
É possível acelerar este processo?
Para já é determinante que exista uma estratégia objetiva, bem definida e totalmente orientada para este objetivo. O processo é progressivo, mas não adiável, visto que começa daqui a menos de três anos, em 2026.
Para acelerar o processo, os equipamentos de comutação de até 24kV (média voltagem), inclusive, devem ser os primeiros a serem proibidos, porque são fáceis de substituir. A tecnologia está bem estabelecida, e existem inúmeras alternativas livres de SF6 no mercado.
Mas acima de tudo, é fundamental que os Estados-membros reconheçam a importância da posição assumida pelo Parlamento Europeu, e votem em conformidade sobre a forma final da legislação que irá reger a rápida eliminação do SF6 nos comutadores.