É já na primeira quinzena de fevereiro que se realizam as eleições para os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Engenheiros (OE) (mandato 2022-2025).
Fundada em 1936, a OE é uma instituição com décadas de história, contada acima de tudo pelo conhecimento e experiência prática dos seus membros, que representam as mais diversas ciências da Engenharia.
A qualidade, o rigor técnico e o debate de ideias para o alcance de soluções, são atributos comuns do exercício da engenharia, reconhecidos pela sociedade. Mas é o contexto dos desafios globais que enfrentamos que releva a necessidade de tornar mais visível o papel determinante da Engenharia na inovação e desenvolvimento tecnológico, na transformação digital com propósito, e na transição para uma economia regenerativa.
Neste momento de decisão, é com enorme entusiasmo que esta equipa de 5 engenheiros florestais integra a lista RC e se candidata a representar o Conselho Regional de Colégio de Engenharia Florestal da Região Sul. O dinamismo e a vontade do Eng. João Calado – candidato a presidente do Conselho Diretivo da Região Sul, mobiliza-nos a acreditar que podemos construir hoje o amanhã que desejamos para uma OE renovada, mais presente e aberta.
A OE é uma instituição de referência da Engenharia em Portugal. Reforçar a sua identidade tornando-a mais relevante ao longo do ciclo de vida do Engenheiro é um desafio que começa na captação dos novos membros e permanece viva na atualização de competências e partilha das melhores práticas. Estes são objetivos transversais às especialidades, sendo necessário promover, numa lógica mais integrada. Conscientes que o resultado desta atuação vai para além da renovação contínua do conhecimento técnico de excelência residente nos vários Colégios, a OE é o fórum privilegiado para uma gestão do conhecimento da engenharia que se requer mais interligado e estruturado de forma multidisciplinar, refletindo capacidade analítica para responder eficazmente aos problemas sistémicos da atualidade.
O Colégio de Engenharia Florestal partilha das preocupações transversais da lista RC e afirma-se como agente ativo para a concretização das suas linhas de ação.
De facto, o ponto de partida que move a ação política e estratégica é comum: os compromissos nacionais de redução das emissões de gases com efeitos de estufa (GEE) até 2030, bem como o alcance da neutralidade carbónica em 2050, trazem uma pressão acrescida à gestão florestal, para minimizar as ameaças de dependência atuais e de sobrevivência futura, face ao clima e à disponibilidade de recursos.
A floresta assume um papel essencial, enquanto principal sumidouro de carbono, geradora de matérias-primas renováveis e de serviços de ecossistemas, fazendo do setor florestal/ silvícola, um catalisador central da transição para uma economia regenerativa, que é preciso monetizar para conhecer o seu real significado económico, social e ambiental.
Mais de um terço do território continental é ocupado por floresta. Acrescem a este valor as áreas de matos e os espaços agroflorestais, em que a paisagem predominantemente arborizada e/ou arbustiva totaliza quase 60% do território.
Hoje o setor florestal é um agente económico com uma indústria transformadora forte e competitiva aos níveis nacional e internacional. É um setor base da economia e dos principais empregadores nos territórios rurais do interior, com baixa densidade populacional, responsável por cerca de 100 mil empregos (4% do emprego nacional).
A meta da neutralidade carbónica alavanca transformações profundas e urgentes no tecido económico, em particular nas cadeias de valor do setor florestal. O Plano de Recuperação e Resiliência (componente C8 – Florestas), colocou novamente na agenda a oportunidade de realizar as reformas estruturais amplamente conhecidas. São disso exemplo a reforma do cadastro predial e consolidação da propriedade rural, a arborização e reflorestação, as melhorias no planeamento, na gestão florestal e no ordenamento do território, a gestão das paisagens e o seu papel na resiliência ao fogo, aumento da produtividade das florestas e a maior valorização da preservação da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas.
Para operacionalizar esta transformação é essencial recorrer à I&D, inovação e desenvolvimento tecnológico, aos sistemas de informação geográfica mais analíticos e tecnologias de deteção remota, à digitalização das cadeias de valor associadas à floresta, à diversificação e especialização profissional da estrutura produtiva.
Este contexto de exigência caracteriza a realidade profissional para a qual os Engenheiros Florestais devem estar preparados, marcando presença na cadeia de valor associada à floresta, da academia, à educação básica e técnico-profissional, no tecido empresarial e associativo, ao nível dos setores público e privado, e nos âmbitos nacional, regional, municipal e local.
O plano de ação que preparámos faz da OE o sítio certo para defender o prestígio da engenharia florestal e dar-lhe uma nova visibilidade para a sociedade. Visa uma atuação relevante, servindo de suporte ao exercício da profissão, ao desenvolvimento de competências técnicas e de gestão, valorizando, sem limites, o conhecimento técnico e científico.
A equipa de coordenação do Conselho Regional do Colégio de Engenharia Florestal da Região Sul, prossegue ações transversais, com implementação de iniciativas na sua área de atuação, constituindo-se como parceira no apoio às ações promovidas pela OE ao nível nacional.
[blockquote style=”3″]No âmbito das eleições à Ordem dos Engenheiros, a Ambiente Magazine vai partilhar três artigos de opinião dos candidatos das listas RC, RI e RF. Hoje, partilhamos o testemunho de Inês Cândido da Silva, candidata pela lista RC a Coordenadora do Colégio de Engenharia Florestal da Ordem dos Engenheiros da Região Sul. O próximo artigo será publicado no dia 7 de fevereiro (segunda-feira).[/blockquote].