#Opinião: “O caminho para a NET Zero: na tecnologia sem calor está o futuro”
Por Joan Escoté, Corporate Sustainability Manager, Epson Ibérica
Temos nas alterações climáticas um dos maiores problemas que o mundo enfrenta atualmente. De forma mais ou menos direta, este tema afeta-nos a todos enquanto sociedade e afetará os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos. As próximas gerações não conhecerão o Planeta da mesma forma que o conhecemos hoje, e quando pensamos nisso uma certeza surge: a mudança é necessária.
Em Portugal, a contribuição das fontes renováveis tem vindo a ganhar significativa importância na produção elétrica nacional. As energias renováveis são, desde há uns anos, a principal componente do sistema electroprodutor, representando em 2019 cerca de 65% do total da capacidade instalada. Em termos das diferentes tecnologias, a energia de origem hídrica representa 32% da capacidade instalada, seguindo-se a energia eólica com 25% e do Gás Natural com 23%. Mas esta mudança é lenta e não é suficiente.
Se olharmos para o mundo inteiro, a energia utilizada nos edifícios é responsável por aproximadamente 28% das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia, por cerca de 38% do consumo final global de energia e 45% do consumo nos países da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). Além disso, a eletricidade consumida pelos eletrodomésticos para utilizações que incluem cozinhar, limpeza, iluminação, tecnologia da informação, armazenamento a frio e entretenimento está estimada em 3.250 TWh, representando cerca de 15% da procura global final de eletricidade.
E se existisse uma maneira de diminuir as emissões de energia, sem prejudicar a experiência de todos nós, que utilizamos diariamente esse tipo de equipamentos? E se, com uma pequena mudança, conseguíssemos dar mais um passo em direção a NET Zero? Porque existe. E porque podemos dar esse passo.
Uma mudança mundial de impressoras a laser para impressoras a jato de tinta (tecnologia sem calor) até 2025 resultaria numa diminuição de emissões de energia para 52,6%, poupando 1,3 milhões de toneladas métricas de CO2. Isto equivale a uma redução de 280,175 carros conduzidos durante um ano, 353 turbinas eólicas em funcionamento durante um ano ou 3.052.033 barris de petróleo consumido. Faz-nos pensar, não faz?
Estamos num momento de viragem, em que a utilização de energia dos eletrodomésticos deve cair para 60% dos níveis de 2020 até 2050 para cumprir o objetivo de NET Zero da International Energy Agency (IEA). Estamos num momento de risco, em que, até 2050, uma em cada 45 pessoas no mundo poderá ser “refugiado ambiental”, pessoas deslocadas devido às alterações climáticas. Até agora, 75% dos ambientes terrestres e 66% dos ambientes marinhos têm sido significativamente alterados por ações humanas, portanto, o que vamos fazer? Este é o momento de diminuir o calor – nos nossos equipamentos, e no mundo.