Opinião: “Negócios verdes assinados por mulheres”
Ana Ribeiro
Porta-voz da Fundação Yves Rocher Portugal
É possível ser professora no Porto e ter um projeto que dá luz às aldeias da Guiné Bissau? Será alguém capaz de ser assessora parlamentar e ter a capacidade de levar as meninas guineenses à escola para que recebam educação em iguais circunstâncias do que os meninos? E ser bióloga e dar emprego às mulheres pescadoras do estuário do Sado? E tantos outros exemplos que poderíamos elencar e tanta força, tanta inspiração e tanta dedicação pelo meio ambiente.
Estas não são histórias de livros de ficção, são estórias de mulheres reais que são mães, filhas, profissionais, lutadoras e que dedicaram grande parte da sua vida ao bem comum: a diminuir a nossa pegada ecológica.
Falo-vos de projetos eco-friendly feitos por mulheres e totalmente dedicados ao meio ambiente. Projetos que, todos os anos, são distinguidos pela Fundação Yves Rocher que, com o Prémio Terre de Femmes, premeia esta força e vigor.
São verdadeiras eco-cidadãs e eco-empreendedoras que estão ao leme de iniciativas que nos beneficiam a todos nós, à sociedade em geral. Muitos deles são autênticos negócios de economia verde que, para além de protegerem e preservarem o nosso planeta, são fontes de rendimento para as criadoras dos projetos.
Este conceito, de economia verde, é descrito pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) como um tipo de negócio “que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica”.
Há 11 anos que o Prémio Terre de Femmes distingue ideias verdes assinadas por mulheres que defendem o consumo consciente, a reciclagem, a reutilização de bens, o uso de energia limpa e a valoração da biodiversidade. Nesta década já distinguimos 25 mulheres e apoiamos com mais de 118 mil euros projetos que têm revelado um forte impacto social, ambiental e económico.
Este ano temos mais 18 mil euros em jogo e, por isso, estamos expectantes para ver quantas candidaturas vamos receber até ao final de setembro. Isto porque queremos e devemos apoiar projetos que dão cartas pelo nosso ambiente.
Bem sabemos que Portugal é destacado como um dos países com as melhores oportunidades e condições de apoio para as mulheres empreendedoras, no entanto, no que concerne a projetos ligados à preservação do nosso meio ambiente, ainda existem poucos incentivos, pouco crédito e poucas oportunidades.
Por isso, a Fundação Yves Rocher assume no seu ADN um compromisso pela biodiversidade e por uma pegada positiva, querendo incentivar estas mulheres que esperamos que sejam inspirações na mudança de consciência, de comportamentos e de impulso para novas ideias. Todas juntas conseguimos tornar este planeta melhor!