Por José Guedes, CEO e Fundador da Energest
Quando falamos de Engenharia… A formação nunca está completa!
Quando falamos de Engenharia associamos a palavra à Construção, que tem um significado conhecido, a que podemos acrescentar adjetivos, aplicações, especificar materiais, mas geralmente não requer para a generalidade das pessoas melhor explicação.
Já no que respeita à palavra Engenharia, como muitos dos leitores não serão engenheiros, e quando há uns anos me convidaram a fazer uma palestra a finalistas da opção de Energia e Fluídos da FEUP, verifiquei que aos próprios futuros Engenheiros faltava uma definição, pode ser útil dizer algo.
A Engenharia é o ramo do conhecimento humano que usa as ciências, nomeadamente a Física, a Química e a omnipresente Matemática para desenvolver tecnologias, aplicando estas tecnologias na construção de estruturas, máquinas, utensílios e bens de equipamento, que por sua vez permitem sintetizar e processar materiais, produzir as mais diversas utilidades e bens de consumo, enfim… dar suporte à vida.
Neste contexto, podemos dizer que há Engenharia em tudo que há, que a Engenharia tem por missão satisfazer as necessidades materiais da humanidade utilizando os recursos disponíveis com racionalidade económica, e que do êxito dessa missão depende em grande medida o desenvolvimento humano.
Ora se essas necessidades materiais se alteram constantemente, e não só em função do desenvolvimento social humano ou estratégias políticas, mas também pelas alterações que ocorrem na natureza sem intervenção humana, a Engenharia tem que procurar encontrar resposta para cada mudança, novo desafio ou estratégia e, os Engenheiros, interventores designados, têm de enfrentar esse um desafio permanente.
E se este desafio é transversal a todos os ramos da Engenharia, ele é especialmente sentido no domínio da especialidade de Energia & Fluidos, ramo da Engenharia Mecânica onde se insere a Engenharia Térmica, e onde, sendo geralmente utilizados modelos matemáticos de natureza “semi-empírica”, o conhecimento é sempre incompleto sem demonstração prática e a escolha da geometria física conceptual das soluções construtivas, e o desafio de que estamos falando não é superável sem o recurso ao que dopemos à educação permanente.
Para o Engenheiro, a educação continuada é a única forma que lhe permite manter e
atualizar as suas competências, fazer “networking” com outros profissionais e fornecedores de produtos relevantes, ampliar as suas áreas de especialização, adquirir no grupo de trabalho um perfil mais estratégico e consultivo, e na empresa o reconhecimento dessa utilidade.
Para a empresa, ter um corpo técnico que procura e obtém constantemente conhecimento, torna naturalmente possível ganhar vantagem competitiva face à concorrência, e garantir um posicionamento de destaque no mercado em que se insere.