Por: Ana Luísa Canha, Diretora de Marketing e Comunicação da Crioestaminal
Pensar em Sustentabilidade desencadeia uma ligação imediata com o Ambiente, pois sem um compromisso claro com a preservação do Meio Ambiente, o nosso Planeta tal como o conhecemos está em risco, bem como a sobrevivência das espécies que nele habitam, desde logo a espécie Humana.
A primeira conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano teve lugar em Estocolmo, em 1972, e marcou o início da cooperação internacional sobre as questões ambientais. A conferência resultou na criação do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), destinado à promoção do desenvolvimento sustentável.
Passados 51 anos estamos todos, indivíduos e organizações, comprometidos com a sustentabilidade ambiental? Creio que não.
Reciclar, minimizar a produção de lixo, diminuir o desperdício de água, reduzir a emissão de CO2, promover ações com impacto ambiental positivo, como a reflorestação, entre outras iniciativas, apresentam-se em 2023 como ações basilares de todas as organizações. O compromisso com o Ambiente deve ser reconhecido a fim de manter e reforçar a “licença social”(*) das organizações para exercerem a sua atividade face às externalidades crescentes.
A proposta ambiental, social e de governo (ESG) para as organizações incorpora vários aspetos, mas nem todos são prioritários, para todas as empresas, pelo que o fator crítico de sucesso é que as empresas abordem os ESG de uma forma rigorosa, orientada pela sua estratégia e sintonizada com necessidades sociais.
A Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030, adotada por todos os Estados Membros das Nações Unidas em 2015, fornece um projeto comum para a paz, para a prosperidade dos indivíduos e do planeta, e tem por princípio 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS reconhecem que o fim da pobreza e de outras privações deve ser acompanhado de estratégias que melhorem a saúde e a educação, reduzam a desigualdade, e estimulem o crescimento económico, sem perder o foco nas alterações climáticas e na preservação dos oceanos e florestas (https://sdgs.un.org/goals)
Neste contexto, as organizações devem priorizar os ODS de acordo com a sua visão, estratégia e cultura organizacional. Assim, as organizações conseguem definir ações concretas, com períodos de desenvolvimento claros e alinhadas com o seu propósito, que promovam um verdadeiro compromisso com a sustentabilidade.
Por exemplo, empresas no setor da biotecnologia podem comprometer-se com o ODS Saúde de Qualidade, garantindo o acesso à saúde de qualidade e promovendo o bem-estar para todos, em todas as idades destacando ações facilitadoras de acesso a serviços de saúde e investimento contínuo em projetos de Investigação e Desenvolvimento.
Importa, também, destacar que um dos stakeholders fundamentais para a sustentabilidade de qualquer organização, são as pessoas, pelo que é crucial desenvolver ações concretas alinhadas com o ODS Trabalho Digno e Crescimento Económico, de modo a reforçar a motivação das equipas. Para tal, é fundamental a definição de uma política de flexibilidade que permita o equilíbrio entre a atividade profissional e a vida pessoal.
A sustentabilidade é um pilar fundamental das empresas orientadas para o futuro, pelo que é crucial identificar as necessidades dos seus stakeholders e enquadrá-las no âmbito dos ODS, de modo a torná-las em vantagens competitivas.
(*)Pérez, Lucy; Hunt, Vivian; Samandari, Hamid; Nuttall, Robin and Bellone, Donatela (2022). How to make ESG real. McKinsey Quarterly