Opinião: Descomplicar a sustentabilidade nas empresas – Um desejo para 2025, o Relato de Sustentabilidade
Por: Filipa Oliveira, Sandrina Tralhão e Vanessa Biel, LEAP Consulting
A Gente Vai Continuar: O compromisso com a Sustentabilidade em 2025
“Enquanto houver estrada pra andar, a gente vai continuar…” (Jorge Palma)
Nos primeiros dias do ano, é quase inevitável olharmos para trás e refletirmos sobre o ano que passou. Uma maioria realiza, assim, um balanço (muito) pessoal, fazendo uma ponderação entre o que concretizou e o que ficou, ainda, por tornar realidade.
Entrei para o ginásio? Fiz uma poupança? A viagem que tinha planeado? Jantei mais vezes com amigos? Tirei tempo para mim?
Já no caso das empresas, esta reflexão é mesmo inevitável.
Contribuí para me tornar Carbono Zero? Melhorei o tratamento de resíduos? Implementei políticas de conciliação da vida profissional-familiar-pessoal? Criei políticas anti-corrupção?
Neste momento de reflexão, as empresas não só revêem, como divulgam, amplamente, as iniciativas que marcaram o ano. Os sucessos conquistados. E realidades sonhadas, ainda, por concretizar. Esta reflexão é, posteriormente, traduzida num documento – Relato de Sustentabilidade.
Concluímos que é como nos conta a canção. Tanto na nossa vida, como nas empresas, seguimos ajustando rotas, com a certeza de que, “enquanto houver estrada para andar”, existirá margem para (re)pensar, (re)fazer e progresso por alcançar.
Mas goza bem a tua rota
As empresas são as pessoas que a constituem. Por isso, as pessoas são o Capital mais prestimoso e precioso de uma empresa. Aquele que mais deverá ser cuidado. Para poder melhor possa cuidar da empresa.
Mas se cada um conta, grandes desafios globais só podem ser ultrapassados com colaboração. Por isso, para além de cuidar da parte, a empresa nunca deverá desconsiderar cuidar do Todo. Nas suas idiossincrasias.
Mas este não será o único foco de cuidado de cada empresa. Empresas que em 2024 se alinharam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) devem provar, no final do ano, com números e outras evidências, o quanto as suas práticas foram bem sucedidas ao tornarem-se verdadeiramente transformadoras e inspiradoras nos 3 pilares: Ambiente, Social e Governance.
Mas, mais do que um relatório técnico, de números e evidências, o Relatório de Sustentabilidade, também, deve ser visto como uma oportunidade de autocrítica. com a divulgação de variadas considerações reflexivas. O que foi planeado e não executado? O que superou as expectativas? Porque, numa maioria das circunstâncias, projetos promissores enfrentam barreiras hercúleas; noutras, iniciativas humildes superam as expectativas.
Ao refletirem sobre o que foi efetivamente concretizado, as empresas percebem que cada passo conta. Porque mesmo quando os resultados não são perfeitos, a transparência e o compromisso de prossecução são o que, realmente, solidifica um impacto sustentável.
A gente não vai parar
Elaborar e divulgar o relato de sustentabilidade deve ser um Compromisso, ainda que desafiador, assumido pelas organizações por várias razões:
Em primeiro lugar, os relatórios de sustentabilidade permitem que as empresas avaliem e comparem com os seus pares o seu desempenho em relação a objetivos de sustentabilidade. Permite-lhes, também, identificar áreas de melhoria, aproveitar oportunidades e desenvolver estratégias para mitigar riscos. Uma boa estratégia de sustentabilidade pode ter impactos significativos nos resultados da organização a médio-longo prazo; a redução do risco legal, redução de custos e o aumento da eficiência são os exemplos de benefícios mais reportados pelas empresas.
Adicionalmente, estes relatórios ajudam a construir a confiança com os stakeholders ao demonstrar um compromisso com a gestão ética, o ambiente e a sociedade. Esta transparência pode fortalecer a reputação da empresa, a lealdade do cliente, a expansão de clientes e contribuir, ainda, para a atração e retenção de talento. Assistimos ao aparecimento de um novo tipo de consumidores e colaboradores, cada vez mais conscientes e exigentes em relação às práticas corporativas sustentáveis.
Financeiramente, também porque comunicam valor ao Mercado, os relatórios podem influenciar decisões de investimento, pois fornecem dados cruciais para os investidores que procuram alocar o capital em empresas que demonstram responsabilidade ESG (Environmental, Social, Governance). Relatórios robustos e transparentes podem atrair investimentos sustentáveis, os quais são cada vez mais relevantes no mercado financeiro global.
Enquanto houver estrada pra andar
Empresas e pessoas partilham uma característica: a busca incessante por resultados positivos. Nós, a realização pessoal, profissional e familiar. Nas organizações, o compromisso é com as novas tecnologias, a busca incessante pela inovação de processos, de materiais, com o objetivo último da proteção do planeta, saúde física e bem estar dos stakeholders, a ética e a saúde financeira da empresa.
Sejamos nós ou as empresas, o início do ano é quase um inevitável convite à reflexão da nossa sustentabilidade. Questionamo-nos. Conseguimos? Ou perdemo-nos em promessas que o tempo levou?
E se, individualmente, cada um de nós usa palavras e memórias. Com subjetividade. As empresas, têm de traduzir esta reflexão sobre o seu desempenho num relatório de sustentabilidade. Com objetividade. Detalhe. Concretude. Simplicidade. e transparência.
Porque o fazemos? Porque repensar os nossos passos ajuda-nos a ajustar o rumo. A adequá-lo. A otimizar o que nos pertence. E a considerar novas rotas.
Nem sempre os ventos estão a favor, mas enquanto houver estrada para andar… temos de seguir tentando, incessantemente, e sem desistir, ser a melhor versão de nós mesmos.
É este o ano em que vai dar o salto?
Tic Tac! O futuro é já hoje!