Abriu um aviso ao Fundo Ambiental para apoio financeiro às comunidades de energia renovável e ao autoconsumo coletivo. Se ainda não sabe o que são comunidades de energia e autoconsumo coletivo, está na altura de saber. O aviso fecha em outubro.
Ainda não é claro para todos o que são as comunidades de energia, o que é o autoconsumo coletivo e quais as diferenças entre elas. Este aviso é uma boa forma de estimular o conhecimento dos cidadãos sobre o tema.
De uma forma muito simplificada o autoconsumo coletivo e as comunidades de energia renovável são formas de produção e consumo local de energia renovável, entre vários pontos de consumo.
A Coopérnico, sendo uma cooperativa de energia renovável, defende este modelo – mesmo que tenhamos aspetos a melhorar na legislação e regulamentos – e estimula-o entre os seus membros.
É fundamental os cidadãos participarem na transição energética à escala do seu consumo. É fundamental todos participarem, mas os cidadãos merecem uma atenção especial.
A transição energética é uma oportunidade não só para abandonar as energias fósseis (gás, carvão, petróleo), mas também para construir um sistema energético mais descentralizado, mais resiliente, com mais agentes. Desta forma, ao mesmo tempo que descarbonizamos a economia, conseguimos tornar o setor mais democrático. A menor concentração de capital, de capacidade de produção e de gestão da procura é fundamental também para tornar o sistema elétrico mais transparente.
Neste processo de descarbonização e democracia energética é preciso ter muita atenção: as políticas públicas influenciam até onde o cidadão pode ir na sua participação com o sistema energético. E pode ir longe. Um estudo do Joint Research Centre mostra que os telhados europeus podem produzir 24 por cento da eletricidade consumida. Um estudo da Rede de Acção Climática Europeia, mostra que Portugal pode fazer mais para aproveitar os nossos telhados e mostra as razões da Alemanha e França terem mais potência fotovoltaica instalada nos telhados: porque têm encontrado mecanismos de apoio ao investimento pelos cidadãos.
Este aviso é um primeiro passo para atenuar estas diferenças. O aviso é fundamental para que os cidadãos sintam mais coragem para propor um sistema fotovoltaico para o seu prédio numa das (mal afamadas) reuniões de condomínio.