#Opinião: A sustentabilidade ou o modus vivendi futuro: a economia de agora
A evolução económica interrelaciona-se com os contextos científico e histórico e tem uma cadência mais ou menos acelerada pela sociedade civil. Por isso, a abordagem à sustentabilidade é indissociável da crescente consciência globalizada dos efeitos do modus vivendi – nas casas, no virtual, no trabalho, etc. – na nossa sobrevivência e qualidade de vida.
As políticas governamentais, em todas as escalas, são diretrizes sem as quais dificilmente se conseguiria trilhar um caminho de resposta à premente necessidade de a economia continuar a servir as pessoas como deve ser o seu propósito. Estamos perante uma oportunidade histórica não negligenciável de impactar positivamente o nosso presente e futuro e isso é evidente na concertação intergovernamental atual, com destaque para a União Europeia e que se tem desdobrado em políticas nacionais excecionais, que Portugal tem também protagonizado.
O recente relatório do Instituto Nacional de Estatística sobre os indicadores de cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, demonstra que o país evoluiu significativa e favoravelmente e atingiu já algumas das metas estabelecidas. Portanto, a ascendência da sustentabilidade é reveladora do mérito já de algumas empresas, uma tendência com que as demais têm de se alinhar para sobreviver no mercado, mas sobretudo para exponenciar a sua competitividade, tendo as políticas públicas como aliadas.
É evidente que as pessoas e a dinâmica económica se impulsionam mutuamente para o epicentro de um fenómeno de mudança de paradigma nos padrões de consumo que já está a acontecer, em Portugal e no resto do mundo, e que tem de ser acompanhado com confiança pelas PME e pelas Microempresas.
Alicerçado na estratégia governamental, o IAPMEI, IP. tem incentivado o fomento da sustentabilidade nas PME e Microempresas e estimulado a criação de novas Startups assentes em ideias de negócio com esta visão, através de programas e medidas, da disponibilização de instrumentos e da capacitação.
O IAPMEI integra a Aliança ODS Portugal com o objetivo de, com o envolvimento das empresas e organizações, organizar a contribuição do setor para a realização dos ODS. Na transição para a Economia Circular, disponibiliza um conjunto de sistemas de incentivos, de que são exemplo o Vale Economia Circular e o SI Inovação Produtiva, cujo objetivo é aumentar a competitividade das empresas através da modernização e inovação dos seus processos e produtos, serviços e modelos de negócio. Para apoiar a Economia Digital, o IAPMEI promove o SHIFT to 4.0, uma Ferramenta de Autodiagnóstico de Maturidade Digital da empresa que gera um relatório com linhas orientadoras para a economia 4.0, no eixo da qualificação dinamiza o Capacitar i4.0, enquanto os Open Days i4.0 permitem a partilha de boas práticas das empresas nacionais, entre outras iniciativas.
A sustentabilidade tem de estar no âmago da inovação e do empreendedorismo. O StartUp Voucher apoia projetos empresariais em fase de ideia que respondam a desafios sociais e societais, promovidos por jovens, tais como projetos direcionados para o aproveitamento de desperdícios alimentares, para a transformação de resíduos, para a conversão de produtos em novos artigos, etc. Neste programa, os empreendedores beneficiam do capital intelectual das incubadoras nos níveis tecnológico, social, ambiental e económico para nortear o desenvolvimento das suas ideias para a competitividade. Encontra-se ainda a decorrer o StartUp Boost powered by Capacitar para Empreender, um projeto de incentivo ao empreendedorismo jovem, igualmente orientado para os desafios sociais e societais, em que brevemente iremos disponibilizar e-books sobre Negócios assentes em tecnologias energéticas limpas, seguras e sustentáveis, Digital twins e Modelos de negócio sustentáveis e o StartUP Visa que visa apoiar e promover o empreendedorismo, no quadro da captação do investimento, designadamente estrangeiro, do estímulo a projetos empreendedores capazes de potenciar a dinâmica na criação de empresas, em particular startups, com novas ideias e modelos de negócio, e ao mesmo tempo atrair profissionais altamente qualificados, em tudo contribuindo para afirmar sustentadamente um perfil de especialização e internacionalização na economia portuguesa.
São cada vez mais os que percecionam a sustentabilidade como uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento económico. Ser sustentável é agora ser mais competitivo, o que deve refletir-se na visão, na missão e nos valores dos operadores económicos, com impacto no modelo de negócio.
Este artigo foi incluído na edição 94 da Ambiente Magazine