OPEP revê em alta ligeira procura mundial de petróleo em 2016
A OPEP reviu em ligeira alta a procura mundial de petróleo em 2016 para 94,27 milhões de barris por dia, mais 1,23 milhões do que a estimativa feita em julho, foi hoje anunciado. No mais recente relatório, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) também inclui dados sobre a produção de petróleo em agosto que apontam para uma redução da mesma pelos 14 países da OPEP, para 33,24 milhões de barris por dia, e um aumento dos outros países produtores que não pertencem à organização. Para 2017, os analistas da OPEP estimam que a procura de petróleo aumente 1,15 milhões de barris por dia para 95,42 milhões de barris por dia.
Segundo a OPEP, a produção de petróleo dos países não pertencentes à OPEP deverá cair em 2016 para 56,32 milhões de barris por dia, menos 610.000 barris por dia, e subir 350.000 barris por dia em 2017, ou seja mais 200.000 do que o previsto até agora.
A OPEP tinha previsto para este ano uma redução maior da produção dos rivais, de até 790.000 barris por dia, mas a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos caiu menos do que o esperado e a produção na Noruega aumentou mais do que o previsto. Esta menor redução pode provocar que o excesso de produção previsto em 2017 seja maior do que o calculado até agora pela OPEP, que tem defendido nos últimos meses que o mercado caminhava para um equilíbrio.
No relatório, a OPEP volta a sublinhar que o aumento da procura e uma menor produção ajudarão à recuperação dos preços.
Apesar da subida dos mínimos de janeiro último, o preço do petróleo internacional está agora entre 20% e 30% abaixo da cotação de há um ano e em torno da metade do preço de meados de 2014.
Os responsáveis da OPEP sublinham que para equilibrar o mercado outros grandes produtores alheios ao grupo, como a Rússia, deveriam também congelar a produção. Em abril, a Rússia e a OPEP não conseguiram acordar uma congelação conjunta da produção para apoiar os preços numa ronda de contactos em Doha.
Os 14 ministros do petróleo da OPEP vão realizar uma reunião informal em Argel em finais de setembro durante a qual voltarão a debater com a Rússia a situação do mercado.
O Irão, um dos principais sócios da OPEP, tem resistido até agora em congelar o atual nível de produção pois espera recuperar a que tinha antes da imposição de sanções internacionais devido ao programa nuclear iraniano.
Em relação aos cálculos sobre o crescimento económico mundial para 2016, a organização reviu em baixa, de 3,1% para 2,9%, devido à debilidade do Japão e a um menor crescimento da economia dos Estados Unidos. Para 2017, os analistas da OPEP mantiveram os cálculos de um crescimento previsto de 3,1%.
A OPEP, liderada pela Arábia Saudita, adotou nos últimos anos uma estratégia de produção sem limites máximos para proteger a sua quota de mercado e expulsar os competidores alegadamente incapazes de suportar os baixos preços, como o petróleo de xisto dos Estados Unidos.