O Relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Ambiente revela que as emissões de dióxido de carbono devem diminuir em 7,6% por ano ao longo da próxima década se o mundo quiser regressar ao bom caminho na direção da meta de limitar a subida da temperatura para perto de 1,5 graus Celsius.
Se o mundo aquecer mais do que 1,5º, a ONU revela que assistiremos a impactos climáticos mais frequentes e intensos, tais como ondas de calor e tempestades.
“O nosso fracasso coletivo em agir antecipadamente e com firmeza sobre as alterações climáticas significa que agora temos de realizar reduções drásticas às emissões”, afirma Inger Andersen, diretora executiva do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente).
Em dezembro de 2020, os países deverão acelerar os seus compromissos climáticos na Conferência do Clima da ONU – COP26 – que terá lugar em Glasgow.
Mas Inger Andersen revela que a urgência da situação significa que não podemos esperar mais um ano: “precisam – e cada cidade, região, empresa e indivíduo – de agir já”. E acrescenta: “Precisamos de ganhos rápidos para reduzir as emissões o máximo possível em 2020. Precisamos de recuperar os anos nos quais perdemos tempo”. E resume: “Se não o fizermos, a meta de 1,5º estará fora de alcance antes de 2030”.
Países desenvolvidos na liderança
O relatório do PNUA apela a que todos os países reduzam as suas emissões e aumentem substancialmente os compromissos do Acordo de Paris em 2020, colocando em vigor as políticas para os implementar.
Mas a liderança pertence às economias mais desenvolvidas (G20) que contribuem em cerca de 78% para todas as emissões: atualmente, apenas cinco destes países se comprometeram a uma meta de emissões zero a longo prazo.
O relatório indica que é possível atingir a meta dos 1,5º até 2030; a tecnologia existe e há um conhecimento crescente das vantagens adicionais da ação climática a nível da saúde e da economia. Muitos governos, cidades, empresas e investidores estão empenhados em avançar com iniciativas ambiciosas para reduzir as emissões.
O PNUA revela que os países em desenvolvimento, que sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas, podem aprender com os esforços bem sucedidos dos países desenvolvidos, e podem até ultrapassá-los, adotando tecnologias mais limpas a um ritmo mais acelerado.