A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Patrícia Graça, destacou os esforços de Cabo Verde na descarbonização e nas energias renováveis, apelidando-os de “louváveis”, noticiou a Lusa.
“Cabo Verde é já uma referência com objetivos muito ambiciosos e em marcha para a descarbonização e para as energias renováveis, que são louváveis e correspondem às metas e às ambições da Agenda 2030 e dos acordos climáticos”, disse Ana Patrícia Graça, no seminário virtual “Mobilidade Elétrica em Cabo Verde, uma referência em África rumo a um futuro sustentável”.
De acordo com a Lusa, a representante das Nações Unidas assinalou a importância dos investimentos na energia verde para o desenvolvimento sustentável, sublinhando que é “uma temática central” para a ONU.
Na sua participação, o diretor Nacional da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Rito Évora, afirmou que o país está a “dar os passos decisivos em relação à mobilidade elétrica”, explicando que há “eixos estratégicos de investimento em infraestruturas estratégicas”, incluindo através de “investimentos capitalizadores e aceleradores dessa transição”. Segundo Rito Évora, “O Estado e o Governo vão continuar a mobilizar todas as parcerias necessárias para fazer investimentos e fundos concessionários para o efeito”.
O eurodeputado socialista Carlos Zorrinho elogiou o “potencial para a produção, armazenamento e gestão de energias renováveis” de Cabo Verde. “O arquipélago é muito rico em recursos energéticos endógenos e tem um grande potencial para a produção, armazenamento e gestão de energias renováveis”, defendeu o eurodeputado, que considerou que isso permite resultar numa mobilidade elétrica limpa.
Carlos Zorrinho constatou também que as relações entre a União Europeia (UE) e África “vivem um momento de transição” e que isso configura “um momento de oportunidade”. Assim, “compete-nos a nós tornar essa oportunidade numa oportunidade positiva. Estamos a breves semanas ou meses de formalizar (…) o novo acordo pós-Cotonou e também de formalizar a estratégia UE-África, e o objetivo destas duas grandes linhas de intervenção é criar condições para uma parceria entre iguais, em que a relação doador-beneficiário seja substituída por uma cooperação multilateral de mútuo benefício”, defendeu.
Carlos Zorrinho acrescentou também que a aposta de Cabo Verde na mobilidade elétrica “é um excelente exemplo”.
O seminário integra a iniciativa ‘Green Talks’, organizada há vários dias por Portugal e que prepara, em várias cidades africanas e europeias, o Fórum de Alto Nível UE-África sobre Investimento Verde. O evento é promovido pela presidência portuguesa do Conselho da UE e pelo Banco Europeu de Investimento e conta com a participação de ministros de países dos dois continentes, comissários da Comissão Europeia e da Comissão da União Africana, líderes empresariais e de organizações da sociedade civil.