Um relatório publicado esta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU) diz que a paragem temporária das atividades, devido à Covid-19, assim como, a redução do tráfego nos mares e a procura por recursos marinhos, poderá ser vantajoso para os oceanos no sentido de dar “espaço para respirar”, recuperando assim da poluição, da sobrepesas e dos impactos das alterações climáticas.
No lançamento do relatório, “Changing Sails: Accelerating Regional Actions for Sustainable Oceans in Asia and the Pacific”, Armida Salsiaj Alisjahbana, responsável pela representação da ONU na região, conhecida como ESCAP, disse que, “durante os tempos difíceis da pandemia da Covid-19, é crucial aproveitar a janela de oportunidade oferecida pela redução de emissões e procura de energia para proteger o ambiente marinho”. Para a investigadora, “muitos dos desafios na conservação e uso sustentável dos oceanos e dos recursos marinhos residem na natureza transfronteiriça e altamente complexa da gestão dos oceanos, juntamente com o entendimento fragmentado da interação entre oceanos e as atividades humanas.”
Caminho verde a seguir
O mesmo relatório destaca que “investimentos ´verdes` de larga escala, por parte dos governos poderiam melhorar a sustentabilidade e a resiliência marinha num mundo pós-pandemia”. Para Armida Salsiah Alisjahbana, os oceanos são “extremamente valiosos para a vasta região da Ásia-Pacífico”. No entanto, os países deste continente estão entre os “principais poluidores de plástico do planeta: oito dos dez rios responsáveis por 95% de todo o lixo plástico vazado nos oceanos estão na Ásia”,
O relatório que abrange três áreas – conectividade marinha, pesca sustentável e poluição marinha – centra a necessidade dos países se unirem e tomarem medidas urgentes para “interromper e reverter a saúde em declínio dos oceanos e dos ecossistemas marinhos”. Além disso, o relatório revela que existe “falta de dados e estatísticas” para alcançar as “metas relacionadas aos oceanos” estabelecidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O relatório apela à “partilha de dados e investimentos mais transparentes nos sistemas estatísticos nacionais”.
Os dados agora partilhados enfatizam ainda a necessidade dos países da Ásia-Pacífico tirar “proveito dos avanços científicos e tecnológicos” aplicando de forma consistente as “convenções, normas e padrões internacionais para proteção do oceano e uso sustentável”.