Os efeitos das alterações climáticas manifestam-se mais rapidamente do que a comunidade científica previu e, por isso, os Governos devem tomar medidas imediatamente, advertiu esta quinta-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O estudo Previsão Meio Ambiental Global (GEO-6, em inglês), apresentado em Nairóbi, é o último e mais exaustivo relatório realizado pelo PNUMA que, através de seis estudos regionais, revela uma ameaça comum global cuja intensidade aumenta de forma preocupante. Em quase todo o mundo, o aumento da população, a rápida urbanização, os crescentes níveis de consumo, a desertificação e a degradação do solo provocaram uma grave escassez de água e puseram em risco a segurança alimentar de centenas de milhões de pessoas.
“Se esta tendência continuar e o mundo não conseguir melhorar os padrões atuais de produção e de consumo, se não conseguirmos utilizar os recursos naturais de forma sustentável, o estado do meio ambiente continuará a piorar”, lamentou em entrevista o diretor-executivo do PNUMA, Achim Steiner.
Apesar de tudo, as avaliações regionais mostram que ainda há tempo para neutralizar as consequências mais ameaçadoras das alterações climáticas, especialmente a destruição dos ecossistemas marítimos e o crescente nível de poluição do ar.
O relatório Previsão Meio Ambiental Global (GEO-6) faz parte dos esforços globais para combater a mudança climática e é um antecipação da segunda Assembleia Meio Ambiental das Nações Unidas (UNEA-2), que acontecerá na próxima semana em Nairóbi. A UNEA-2 reunirá a delegações de 170 países e centenas de cientistas para debater os próximos passos da comunidade internacional para implementar a dimensão ambiental da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.