As Nações Unidas anunciaram que morrem diariamente pessoas em Angola em consequência das mudanças climáticas, considerando que esta é uma razão imperativa para “mobilização acelerada de recursos” para mitigação e adaptação ao fenómeno, noticia a Lusa.
“De acordo com a última avaliação feita pelo Ministério da Agricultura, temos as comunidades avaliadas nas três províncias do Cunene, Huíla e Namibe em fase 3 ou 4 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas), que quer dizer que morrem 0,5 por 10.000 pessoas por dia devido à mudança climática no país”, afirmou Paolo Baladelli, coordenador residente das Nações Unidas em Angola.
Segundo o responsável, que falava, em Luanda, na abertura do primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla inglesa), a situação deve constituir preocupação das autoridades para “mobilização acelerada de recursos”. “Esta é uma das tantas razões imperativas para mobilizar de uma forma acelerada os nossos recursos para focar de uma forma muito atenta sobre a mitigação e adaptação da mudança climática”, alertou.
A zona sul de Angola, nomeadamente as províncias do Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Namibe estão afetadas desde finais de 2018 por uma seca severa, situação que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a deslocar-se àquela região, em maio passado.
O ambiente é fundamental para a sobrevivência do ser humano e tem ligações com todas as metas de desenvolvimento sustentável para a Agenda 2030, definida pelas Nações Unidas, porque, realçou, o ambiente podem ter um impacto muito grande na erradicação da pobreza, na eliminação da fome, saúde, educação, entre outras.
“Não há espaço para ineficiência e realmente a população angolana é um foco, então este vai ser um terreno bom, ou seja, temos o contexto facilitador para poder realmente mudar as coisas”, sublinhou. O primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima é promovido pelo Ministério do Ambiente angolano e seus parceiros nacionais e estrangeiros e decorre sob o lema “Juntos para Resiliência Nacional”.