A Organização Mundial da Meteorologia (OMM) advertiu esta terça-feira que espera novas ondas de calor este ano, tanto na Europa como na Ásia, e disse que 2017 será “excecionalmente quente”. “A OMM antecipa que haverá mais ondas de calor este verão, e não só na Europa, também em outras partes do mundo”, afirmou em conferência de imprensa Omar Baddour, cientista da OMM.
Atualmente, a Europa vive uma onda de calor que embora seja um fenómeno meteorológico “natural”, é considerado um “evento extremo”. “As ondas de calor são fenómenos naturais, considerados extremos, mas que nos últimos 10 anos têm sido muito recorrentes por causa do aquecimento global. É preciso estarmos preparados para que estes fenómenos sejam cada vez mais comuns”, afirmou.
A onda de calor que está a afetar o continente europeu insere-se numa estação do especialmente quente.
Maio e junho estão a ser dois meses com temperaturas muito elevadas, nomeadamente as segundas mais altas alguma vez registadas registadas. As mais altas registaram-se em 2016, quando a junção do aquecimento global ao fenómeno El Niño, que tem o efeito de aumentar as temperaturas.
“É necessário frisar que este ano não temos e nem teremos um fenómeno El Niño, o que destaca ainda mais as altas temperaturas deste ano “.
Baddour sustentou ainda que a OMM não pode “prever” quando irão ocorrer as ondas de calor porque a previsão do tempo é para 15 dias, “mas sabendo que o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas) aponta para que as temperaturas globais continuem a subir, podemos estimar que haverá novas ondas de calor este verão, e que este ano será excecionalmente quente”, acrescentou.
A atual onda de calor está a fazer com que as temperaturas sejam até seis graus mais altas que a média.
A origem da onda de calor é o ar proveniente do Saara que está a entrar na Península Ibérica, e dali segue para o resto da Europa ocidental até os Balcãs.