Olhão contemplado com fundos de adaptação às alterações climáticas
Olhão foi um dos quatro municípios a nível nacional a ser abrangido com uma fatia do financiamento do Fundo Ambiental destinado à “Adaptação às Alterações Climáticas – Recursos Hídricos”.
O projeto contemplado foi a requalificação dos jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense, e a assinatura do contrato de financiamento decorreu esta manhã em Vila Real de Trás-os-Montes, com a presença do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.
De acordo com a tutela, estes contratos preveem um investimento total de cinco milhões de euros nos municípios de Olhão, Porto, São Pedro do Sul e Vila Real, representando uma comparticipação de 3,3 milhões de euros por parte do Fundo Ambiental.
Este financiamento permitirá, segundo o ministério, a execução de quatro projetos “emblemáticos de adaptação às alterações climáticas na área dos recursos hídricos, incluindo a redução de vulnerabilidades aos riscos de inundação na interface com as áreas urbanas”.
O projeto olhanense de requalificação das zonas verdes da frente ribeirinha, cuja intervenção terá um valor total de 1,4 milhões de euros, obteve um financiamento de 1 milhão do Fundo Ambiental destinado à adaptação às alterações climáticas. Os restantes 400 mil euros serão suportados pelo Município.
O projeto de requalificação urbana e ambiental dos jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense integra-se nas medidas previstas, nomeadamente no que diz respeito à “valorização dos recursos hídricos e implementação de espaços verdes em zonas urbanas adequados às condições edafo-climáticas e aos impactes das alterações climáticas, designadamente ao nível das práticas de rega e da utilização de espécies vegetais com menores necessidades de água, podendo funcionar também como bacias de retenção e como contributo para a proteção para os efeitos das ondas de calor” e “implementação de soluções de aproveitamento de águas residuais tratadas e águas pluviais e de melhoria da eficiência no consumo de água em espaços urbanos (incluindo rega e manutenção de espaços exteriores) particularmente nas regiões sujeitas a períodos recorrentes de escassez de água”.
Na prática, a renovação dos jardins prevê que todas as plantas utilizadas estejam adaptadas às condições do solo e do clima algarvio, apresentando menores exigências hídricas.
Também a rede de rega existente, que se encontra deteriorada, será integralmente substituída, acabando com as perdas de água. Para além disso, a irrigação dos jardins será feita recorrendo ao aproveitamento das águas residuais tratadas provenientes da ETAR Faro-Olhão, reduzindo, assim, o consumo de água potável.
A instalação de iluminação LED, o aumento da vegetação arbórea e das zonas de sombra e o aumento das áreas permeáveis, fomentando a infiltração de água no solo, são algumas das medidas contempladas no projeto que fizeram com que a candidatura olhanense fosse uma das quatro contempladas a nível nacional.
“O Município de Olhão é, mais uma vez, pioneiro no que diz respeito à adoção de medidas de caráter ambiental, que salvaguardam não só o presente, como também o futuro. Nessa medida, é com muito orgulho que hoje assinei este contrato de financiamento, que fará da zona ribeirinha da nossa cidade um exemplo a nível nacional em termos de proteção ambiental e de minimização dos efeitos das alterações climáticas, que são uma realidade à qual estamos particularmente suscetíveis no território do Algarve”, sublinhou o presidente da autarquia, António Miguel Pina, na cerimónia de assinatura dos contratos.
O edil destaca a recetividade demonstrada pelo ministro do Ambiente que, “mais uma vez, mostrou abertura aos nossos argumentos e se revelou um interlocutor sensível aos fundamentos que apresentámos durante a negociação da nossa candidatura”.
As obras de requalificação dos Jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense começam em outubro de 2019. A 1ª fase da reabilitação da frente ribeirinha, que contempla a Avenida 5 de Outubro, os passeios e as zonas pedonais, avança já no próximo mês.
O denominador comum desta intervenção é a evocação da Ria, do mar e das tradições olhanenses e a preservação da memória e de espaços icónicos, criando uma zona homogénea, onde jardins, Mercados, Avenida 5 de Outubro e estabelecimentos comerciais vão formar um conjunto integrado, eliminando as barreiras arquitetónicas e visuais que atualmente existem e criando uma zona turística por excelência, bem como um espaço de usufruto para todos os olhanenses, “amigo” do ambiente e que minimiza os efeitos das alterações climáticas.