A ocorrência de tornados em Portugal tem sido frequente nos últimos dias, no entanto não é possível falar-se de um aumento deste tipo de ocorrências, mas sim da sua variabilidade ao longo dos anos, explicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) à agência Lusa.
Paulo Pinto, meteorologista do IPMA, disse à Lusa que, apesar de no espaço de uma semana se terem registado cinco tornados em Portugal, ainda não há nenhum estudo oficial que permita concluir um aumento deste tipo de ocorrências.
De acordo com o responsável, desde a passada quarta-feira até hoje registaram-se cinco tornados. Três deles ocorreram sobre a terra, em Faro e Viana do Castelo, e os outros dois aconteceram no mar, ao largo de Espinho e de Viana do Castelo.
Isto traduz-se num aumento em relação ao ano passado, no entanto, segundo Paulo Pinto, apesar de 2017 ter sido um ano de seca, não possibilita que se tire conclusões acerca de um possível aumento da ocorrência de tornados. Defende assim, que o que existe é um crescimento da variabilidade.
“Esta semana houve muitos tornados, mas agora podemos estar dois anos sem ter nenhum. Provavelmente não será muito provável, passo o pleonasmo, porque agora desde quinta-feira até domingo vamos ter novamente uma situação com precipitação e este tipo de fenómeno [tornado] não está descartado que possa ocorrer novamente”, explicou.
“Não sabemos exatamente onde, provavelmente não nos mesmos sítios, mas pode ocorrer. Só que depois podemos estar dois ou três anos sem nenhum”, acrescentou.
Paulo Pinto referiu também que se tem vindo a assistir à ocorrência de tornados “todos no mesmo período”.
O meteorologista sustentou, com base num estudo realizado nos Estados Unidos, que “há uma maior variabilidade” na ocorrência de tornados. Existe uma tendência “para que tenhamos mais tornados acima da média em alguns anos e noutros anos um número de tornados a baixo da média”, afirmou.