Oceanário distribui 100 mil euros por projetos de conservação de tubarões e raias
O Oceanário de Lisboa repartiu hoje 100 mil euros por projetos de conservação das raias e tubarões, que estão entre as espécies mais ameaçadas do planeta. O prémio “Fundo de Conservação dos Oceanos”, atribuído pelo Oceanário e pela Fundação Oceano Azul, que gere aquele equipamento, vai para um projeto da Universidade dos Açores e dois da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
A bióloga Núria Baylina, diretora de conservação do Oceanário, afirmou que a sobrepesca é dos problemas que mais afeta este grupo de animais, que apesar de incluir “espécies carismáticas”, é ainda pouco conhecido. O projeto “Island Shark”, da Universidade dos Açores, visa identificar as vitais áreas de parto e maternidade das espécies tubarão martelo e cação dos Açores nas ilhas atlânticas. “São espécies muito ameaçadas e conhece-se pouco delas”, disse Núria Baylina, acrescentando que conhecer melhor os seus hábitos de reprodução poderá traduzir-se em “medidas mais eficazes” para a sua conservação.
Outro projeto premiado é o “FindRayShark”, da Associação para a Investigação e Desenvolvimento das Ciências, que funciona no âmbito da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, destina-se a saber quais as áreas de maior abundância destas espécies sondando os mares à procura do DNA dos animais espalhado pelo ambiente marinho.
A mesma associação tem outro dos projetos galardoados, o “Sharksattract”, em que se propõe a análise dos dados da pesca dos tubarões e das raias. A “pesca acidental”, em que estes animais ficam presos nas artes usadas para apanhar outras espécies, é “um problema grave”, apontou Núria Baylina, e não são conhecidos dados exatos sobre a sua dimensão.
O dinheiro do prémio vai ser repartido entre os três projetos conforme o orçamento que apresentaram quando se candidataram, adiantou.
Núria Baylina afirmou que o trabalho dos cientistas premiados será também divulgado pelos visitantes do Oceanário, para os sensibilizar para a necessidade de alterarem hábitos alimentares para ajudar à preservação das espécies e reduzir o uso de plásticos, um dos grandes inimigos da vida marinha.