O Oceanário de Lisboa e a Fundação Oceano Azul colocaram em marcha a 2.ª edição do “Fundo para a Conservação dos Oceanos”, no valor de 150 mil euros, para apoiar projetos que contribuam para a conservação de espécies ameaçadas e da biodiversidade marinha. A Ambiente Magazine falou com Núria Baylina, curadora do oceanário, para saber mais acerca desta iniciativa.
Sob o tema “Espécies marinhas ameaçadas. Da Ciência para a Consciência”, esta edição tem como objetivo “promover o estudo destas espécies, o conhecimento das ameaças a que estão sujeitas e a identificação de medidas efetivas” para a sua proteção, explica Núria Baylina.
Assim, este ano os projetos candidatos ao fundo terão de se focar em espécies da zona marítima portuguesa, classificadas como ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), entre as quais se encontram o mero, o coral-vermelho, o peixe-lua, a foca-monge, o atum-rabilho, o cachalote, o boto, a enguia e a manta.
A 2.ª edição do Fundo para a Conservação dos Oceanos conta com um aumento de cotação de 50%, em relação ao ano passado, e Núria Baylina revela que tal ficou a dever-se ao sucesso da 1.ª edição: “Correu muito bem com a receção de [23] candidaturas com muita qualidade, o que nos levou a considerar a hipótese de elevar a dotação do Fundo.” A curadora acrescenta que tal só foi possível graças aos visitantes do Oceanário, através da venda de bilhetes.
A 1.ª edição da iniciativa incidiu sobre as “Raias e Tubarões. Da escuridão para a luz da Ciência”, da qual resultaram três projetos vencedores: FindRayShark, SharkAttract e IslandShark. Estes projetos têm uma duração de três anos com início em março deste ano. “Ainda é cedo para falar de resultados, mas parece estar tudo a correr muito bem”, garante a curadora.
A urgência da conservação das espécies
Núria Baylina reflete que a importância do Fundo para a Conservação dos Oceanos se deve à urgência de ações que contribuam diretamente para a conservação das espécies, à necessidade de envolvimento da sociedade nestas temáticas e ao facto de existirem poucas oportunidades como esta no panorama nacional.
“É urgente um maior envolvimento de toda a sociedade civil, incluindo empresas e decisores políticos, no sentido de incorporar a sustentabilidade ambiental em geral, e a dos Oceanos em particular, nas suas estratégias de atuação e na legislação”, frisa.
A curadora do Oceanário de Lisboa acredita que as pessoas, nomeadamente os jovens, estão consciencializadas para o problema, no entanto, ainda não compreenderam “as consequências que pode ter para todos nós num futuro mais ou menos próximo”.