A construção do armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, em Espanha, vai avançar “nos próximos dias”, revelou ontem o secretário de Estado para a União Europeia espanhol, Jorge Toledo, que se reuniu em Lisboa com a homóloga portuguesa, Margarida Marques, aponta o Correio da Manhã de hoje.
“A obra civil, que vai durar quase um ano, vai começar nos próximos dias, mas é uma obra civil. Ainda não se iniciou o procedimento de autorização da operação, do funcionamento do armazém, que terá, como é normal, todas as garantias”, afirmou Jorge Toledo, explicando que o governo espanhol não deve autorizar o funcionamento do armazém “antes do princípio de 2018”.
Mas para os ambientalistas não há dúvidas. “Está tudo mais do que autorizado e encaminhado”, disse ao Correio da Manhã Francisco Ferreira, da associação ZERO, sublinhando que o verdadeiro problema é a central nuclear. “Tem licença para funcionar até junho de 2020, mas há um objetivo claro de prolongar o seu tempo. Os reatores não devem passar dos 30 anos e esse prazo já foi ultrapassado”, explica.
Na segunda-feira, o Governo português entregou à Comissão Europeia uma queixa contra Espanha. “O ministro do Ambiente [Matos Fernandes] tem sido absolutamente negligente. Há um ano que alertamos para isto e agora vamos avançar com um recurso nos tribunais espanhóis”, afirma António Eloy, do Movimento Ibérico Anti-Nuclear.