Os portugueses estão a participar, cada vez mais, na separação das suas embalagens e colocação no ecoponto. Os dados mais recentes são a prova disso mesmo, mas há sempre espaço para melhorar: É possível que todos os agentes da cadeia de valor das embalagens tenham um melhor desempenho contribuindo para a sua circularidade. Como?
Garantindo melhores embalagens. Assegurando que as embalagens que são colocadas no mercado são boas embalagens, que não só ajudam o consumidor a percecionar qual a melhor forma de as descartar no final de vida, como permitem que sejam mais recicláveis. Por mais recicláveis, leia-se, com um potencial de melhor aproveitamento do material da embalagem, melhorando a qualidade da matéria prima que daí resulta.
A importância de um bom ecodesign determinará a otimização da embalagem e algumas boas práticas farão desta, uma melhor embalagem: desde as cores utilizadas, aos tamanhos dos rótulos, ou até mesmo as colas, são alterações a considerar na conceção para que a embalagem se torne mais reciclável. Mas esta mesma embalagem também pode ser repensada para que gere um menor resíduo no seu final de vida. Opções de redução ou eliminação, quer de matérias primas utilizadas ou de componentes, também geram uma menor pressão nas quantidades de resíduos gerados. Redução ou reciclabilidade são os eixos de contributo para uma efetiva estratégia de prevençãod e resíduos.
Importa ainda trazer o consumidor a bordo deste compromisso. Dar-lhe a melhor informação quanto ao procedimento a adotar na altura de descarte de uma embalagem, contribui para a adesão à reciclagem. Entre sinalética de reciclagem ou alegações ambientais, a informação disponibilizada numa embalagem é uma fonte de comunicação privilegiada.
Na plataforma www.pontoverdelab.pt é possível conhecer as várias estratégias e medidas a adotar para conceção de uma melhor embalagem. O consumidor quer esta resposta dos embaladores, o ambiente precisa e legislação assim o exige.
É, seguramente, possível fazer mais e diferente para criar as melhores versões das embalagens que, por sua vez, possam assegurar um melhor nível de serviço de reciclagem em Portugal.
O esforço tem, portanto, de ser de todos e através de uma cultura de colaboração. Só assim será possível fazer-se uma mudança mais sustentável na sociedade. Este é, pelo menos, o entendimento da Sociedade Ponto Verde desde há 25 anos, quando foi constituída, até aos dias de hoje.
Este artigo foi publicado na edição 91 da Ambiente Magazine.