A Quercus divulgou esta quinta-feira um balanço ambiental relativo ao ano de 2016 onde apontou quais as perspetivas que para o ano que se está a aproximar, o que passa por medidas do Governo, pela construção de barragens do Alto Tâmega, pelo setor das energias renováveis e por uma maior sensibilização.
Políticas Ambientais do Governo
“Depois de um ano de 2016 em que ainda ficaram por cumprir algumas promessas do Governo, tais como a revogação do Regime de Arborização, existiram várias situações, como a do Festival Marés Vivas ou da Caça na Malcata, em que o Governo, e em concreto o Ministério do Ambiente, não esteve claramente bem”, apontou a associação. Neste sentido, espera que em 2017 seja possível encontrar “um rumo mais seguro de forma a corrigir erros anteriores” e melhorar o desempenho ambiental do país. Destaca ainda que será também fundamental que o Governo Português tenha uma voz mais ativa junto do Governo Espanhol, de modo a que a Central Nuclear de Almaraz, a funcionar em fim de vida útil e localizada a apenas 100 km da fronteira, encerre definitivamente a sua atividade.
Construção das barragens do Alto-Tâmega
Caso se confirme a construção das barragens do Alto-Tâmega pela Iberdrola, os habitats naturais desta região serão seriamente ameaçados, dado que grande parte do investimento será feito numa zona de elevado valor ecológico. “Este projeto apresenta impactes ambientais muito significativos, entre os quais a transformação, fragmentação e degradação dos ecossistemas na bacia do rio Tâmega, incluindo a criação de barreiras incontornáveis para espécies migradoras e a degradação dos habitats de algumas das últimas alcateias do lobo”, evidenciou a Quercus, ressalvando a necessidade de o Governo reavaliar a necessidade de construção destas barragens.
Energias renováveis
O crescente peso das renováveis no mix energético nacional é um importante passo para alcançar o objetivo proposto pelo Governo de sermos um país neutro em emissões de gases com efeito de estufa até ao final da primeira metade do século, segundo a Quercus. “Contudo, a falta de ambição do pacote legislativo aprovado pela Comissão Europeia no final do mês de novembro, com metas para 2030 aquém do potencial em áreas vitais como as energias renováveis ou a eficiência energética e sem objetivos nacionais para os Estados-membros não está em linha com a transição energética para uma economia de baixo carbono, que requer uma percentagem muito mais elevada de energias renováveis (45% em 2030)”, explicou a associação, defendendo “mais ambição e um compromisso”no Parlamento Português sobre esta matéria.
Largada de balões
“Em 2017, o Ministério do Ambiente deverá legislar e proibir a largada de balões, atendendo aos impactes ambientais, muitos deles irreversíveis, associados a este tipo de eventos”, defende a Quercus. Nestas iniciativas são largados balões feitos em plástico e balões com uma lâmpada LED, assim como a respetiva pilha associada. Após serem libertados estes serão transportados para diversos ambientes (terrestre ou marinho) e após terminada a viagem, aqui ficarão depositados como um resíduo contaminante.
Mais e melhor investimento na sensibilização para a Conservação da Natureza
“Face a um desinvestimento claro na área da conservação da natureza nos últimos anos, é tempo de assumir os problemas de cariz ambiental e a conservação da natureza como prioritários”, disse a associação. Mais investimento por exemplo na Educação e Sensibilização Ambiental a desenvolver nas Áreas Protegidas, seria um essencial para a moldagem de comportamentos e atitudes e, dessa forma, constituiria uma oportunidade de sensibilizar e informar a população para a importância da Conservação da Natureza, de acordo com a Quercus.
Veja também o que o ambiente teve de melhor e pior em 2016, segundo o balanço efetuado pela Quercus.