Sem uma gestão eficiente da água não é possível sequer pensar-se em descarbonização ou eficiência energética. Para além de testemunhar a importância desta ligação (água e energia), Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), quis também realçar o quão importante são as parcerias.
A intervenção do responsável foi feita na sessão “Rede de Compromisso AQUA+” promovida, esta quinta-feira, pela ADENE (Agência para a Energia) no Planetiers World Gathering.
De acordo com o responsável, desde cedo que “quem trabalha na área do ambiente” já tem vindo a “chamar a atenção para a necessidade imperiosa de se ligar pontas” e da “gestão integrada de recursos”. E um bom exemplo que comprova essa complementaridade do nexo água e energia, é: “Se nós precisarmos de ter furos para a abstração da água num determinado local, tipicamente utilizamos uma bomba que consome energia”. Nuno Lacasta chama a esta relação de “círculo virtuoso”, que anda em torno da “utilização de água”, da “gestão de água” e da “utilização de energia limpas”, sendo uma “peça central” para a sociedade. E, num país como Portugal, onde a “escassez hídrica” é já uma realidade, bem como os desafios cada vez maiores ao nível da “água disponível”, o responsável não tem dúvidas de que a “transição energética” e a “descarbonização” andem “a par e passo” com a “gestão eficiente da água”.
[blockquote style=”2″] Há ainda um trabalho de identificação de parceiros tem que ganhar escala [/blockquote]
Relativamente às parcerias, o presidente da APA felicita aquele que tem sido o trabalho da ADENE, enquanto “entidade que gere a eficiência energética de edifícios” em Portugal. Além disso, elogia a parceria entre ambas as entidades (ADENE e APA) que já resultou, entre muitos outros projetos, na existência de um certificado de eficiência hídrica, cujo objetivo passa por “fazer com que os portugueses se habituem, no momento da compra de um equipamento eletrodoméstico, a ver a certificação hídrica”, tal como fazem na energia. Outra prova do trabalho em colaboração, são os primeiros prémios AQUA+ – Rede TECH AQUA+: “São uma primeira manifestação muito interessante, onde já contamos com projetos inovadores com aplicação no mercado e prontos a serem utilizados”.
Para o responsável, no caminho que se está a fazer, há ainda um trabalho de identificação de parceiros que tem que ganhar escala. Assim, é fundamental, “trabalhar nos próximos anos e assegurar que a eficiência hídrica nos edifícios ganhe a mesma dimensão que tem a eficiência energética”, sublinha.