O número de tigres em estado selvagem no mundo aumentou pela primeira vez em 100 anos graças aos esforços de preservação, informaram esta semana vários grupos de defesa da natureza. Segundo dados do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e do Fórum Global do Tigre, o número avaliado de tigres selvagens subiu para 3.890, em comparação com os 3.200 exemplares até 2010.
“Pela primeira vez após várias décadas de recuo, o número de tigres aumenta”, comemorou Marco Lambertini, diretor da WWF Internacional, em comunicado.
Este foi o primeiro aumento expressivo do número desses felinos desde 1900, quando havia 100 mil tigres no mundo. Mais de metade da população de tigres no mundo encontra-se na Índia, onde 2.226 exemplares vivem em reservas de 18 Estados, segundo o último balanço de 2014. Rússia, Butão e Nepal também contam com um grande número de tigres, segundo os últimos estudos.
Os especialistas alertam, no entanto, que esse aumento poderia ser explicado pelo aperfeiçoamento do método de contagem. Mas constatam os esforços na proteção dos felinos.
Em Bangladesh, o número de tigres caiu de 440 em 2010 para 106 em 2015, apesar de os ecologistas acharem que a diferença se deve a uma sobreavaliação da população há seis anos. A drástica redução da população desses felinos na Indonésia é causada pelo desmatamento com fins industriais destinados ao cultivo de óleo de palma e pasta de papel.
O Camboja, por sua vez, está a pensar reintroduzir o tigre depois de anunciar sua extinção na semana passada por não ter provas de sua existência no país desde 2007.
As principais causas da diminuição drástica da população de tigres na Ásia são o desmatamento, a destruição do seu habitat e a caça ilegal.
Em 2010, os 13 países com populações de tigres – Bangladesh, Butão, China, Camboja, Índia, Indonésia, Laos, Mianmar, Nepal, Rússia, Tailândia e Vietname – elaboraram um plano para duplicar o número destes felinos até 2022.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deve inaugurar esta terça-feira, em Nova Deli, uma conferência ministerial de três dias sobre os esforços para garantir a preservação desta espécie. Devem participar desta conferência cerca de 700 especialistas, cientistas, doadores e gestores de todo o mundo.
O desenvolvimento de uma estratégia comum para lutar contra a caça ilegal, estabelecer métodos de monitoramento e a gestão territórios está incluído na agenda.