A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver um projeto de produção de um novo biocombustível sólido, noticiou hoje o Jornal de Notícias. A questão que se coloca desde logo é em relação ao cheiro, mas Amadeus Borges, docente e investigador na UTAD esclareceu “não, não cheira mal”.
O projeto tem como base o aproveitamento de desperdícios de engaço e bagaço de uva, podas da vinha e de olival, a que se juntam os dejetos de animais. O resultado é um granulado, mais conhecido por pellets, em que 80% é dejeto com teor de humidade de 12%. Na UTAD está a sr produzido experimentalmente com dejetos de porco, mas pode perfeitamente levar o das vacas.
Pretende-se com esta iniciativa, segundo o docente, “valorizar energéticamente e economicamente resíduos, alguns deles considerados nefastos”. Por outro lado também contribui para a redução do consumo de energia primária, através de fontes de energia renovável, em detrimento dos combustíveis fósseis”.
Desta forma, a UTAD criou “uma alternativa às fonte de energia que continuam muito depententes dos combustíveis fósseis”, motivo pela qual “as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera continuam a aumentar”.
Há cerca de três anos que se está a trabalhar neste projeto e a analisar as vantagens de cada um dos resíduos. E já há quem esteja a experimentar aquecer alguns espaços com este biocombustível, existe até, “uma suinicultura com 2000 porcos interessada em colaborar com a UTAD na criação de linhas de fabrico de pellets”, disse Amadeus Borges.