Responsável pelo tratamento das águas residais de cerca de 450 mil habitantes do Grande Porto (Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira), operando, para esse efeito, 12 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), a Indaqua tem procurado criar soluções tecnológicas que tornem mais eficaz a gestão destes equipamentos, essenciais ao ciclo urbano da água e à proteção dos meio hídrico.
O mais recente projeto levou a empresa a investigar e desenvolver um “modelo capaz de analisar a dispersão de poluentes atmosféricos em torno das ETAR”, criando uma “base preditiva” para o seu comportamento. Através da monitorização em tempo real do funcionamento da ETAR e da qualidade do ar ao seu redor, esta tecnologia permite “identificar fontes de maus odores e atuar de forma preventiva”, isto é, “antecipando riscos de poluição e gerindo as operações de forma a reduzir a disseminação potencial das emissões gasosas”, explica a Indaqua, num comunicado.
A solução desenvolvida pela empresa traz ainda “ganhos de eficiência na resposta a eventuais situações em que a qualidade do ar seja afetada”, permitindo “atuar de forma rápida para minimizar os impactos para a população e território envolvente”, lê-se no mesmo comunicado.
“Apesar de procurarmos minimizar sempre o impacto das ETAR, nomeadamente, na qualidade do ar, é natural que, no decorrer da sua ininterrupta operação, existam situações pontuais em que as emissões gasosas são mais percetíveis para a população. O que este modelo permite é não só diminuir os riscos potenciais de poluição, mas também identificar e solucionar rapidamente situações em que as emissões possam afetar a área circundante”, explica Pedro Perdigão, CEO do Grupo Indaqua.
A tecnologia criada pela Indaqua está já a ser testada na ETAR de Matosinhos e poderá chegar ao mercado brevemente, sendo utilizada por outras entidades gestoras: “As soluções disponibilizadas, atualmente, no setor das águas residuais não contemplam uma resposta global aos riscos de poluição atmosférica de instalações tão complexas quanto as ETAR. Existem apenas mecanismos muito fragmentados ou especializados em diferentes vertentes desta problemática. Por isso, o modelo que estamos a criar trará uma resposta inovadora e transversal às necessidades do setor”, acrescenta o responsável.
Este modelo tecnológico desenvolvido pela Indaqua integra um conjunto mais alargado de investimentos nas áreas de Investigação & Desenvolvimento (I&D) que a empresa tem em curso desde 2016. Até ao momento, foram desenvolvidos 13 projetos para criar respostas de base tecnológica que permitam ganhos de eficácia na gestão do abastecimento de água e saneamento de águas residuais. O conjunto de todos os projetos totaliza um investimento de 4 milhões de euros, comparticipados em parte pelo Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial (SIFIDE) da responsabilidade da Agência Nacional de Inovação.