Parte do norte da China encontra-se hoje coberta por uma nuvem acre, após o nível de poluição superar em quase 50 vezes os níveis considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A densidade das pequenas partículas PM 2.5, as mais suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões e de atacarem o sistema respiratório, atingiu 860 microgramas por metro cúbico em Changchun, capital da província de Jilin, no nordeste do país, um nível que. supera largamente os 25 microgramas considerados aceitáveis pela OMS.
O governo municipal anunciou, entretanto, o “nível três” de alerta, que inclui a proibição de atividades ao ar livre nas escolas, e uma lembrança aos residentes para optarem por transportes públicos, permanecerem em espaços fechados e “tomarem precauções”.
A poluição tornou-se, nos últimos anos, uma das principais fontes de descontentamento popular na China, e está relacionada com centenas de milhares de mortes prematuras.
As partículas PM 2.5 podem causar doenças cardíacas, enfarte e patologias do aparelho respiratório, como o enfisema e o cancro do pulmão. A densidade das pequenas partículas atingiu 1.157 microgramas por metro cúbico em Shenyang, capital da província de Liaoning, segundo dados do gabinete de proteção ambiental local. “Ao sair de casa sentes que o ar te queima os olhos, a garganta irritada”, disse um residente local, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
Em 2014, o ar em quase 90% das principais cidades chinesas ficou aquém dos padrões de qualidade, segundo uma avaliação divulgada pelo ministério chinês da Proteção Ambiental.