“Obviamente que, num país em que a água é cada vez mais escassa, nenhum projeto na economia e na sociedade pode ser feito sem pensar na água. É fundamental pensar que nenhum projeto pode ser feito neste país sem se pensar na eficiência energética, nas fontes energéticas que vão ser utilizadas e sem potenciar, da melhor forma, a utilização das fontes renováveis”. Esta declaração é de João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, que falou, esta quarta-feira, na sessão de apresentação do projeto “Centrais Fotovoltaicas – Telheiras e Parque das Nações”, da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres).
Num investimento de 1,2 milhões de euros, o “Projeto Centrais Fotovoltaicas – Estação Elevatória de Telheiras (0.5 MW) e Parque das Nações (0.65 MW)” representa mais um passo no compromisso da EPAL com a neutralidade energética e a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
Matos Fernandes frisou a importância deste tipo de projetos estar a acontecer pelo país: “Esta não é uma iniciativa que apenas fica bem: faz parte de um projeto ainda maior do Grupo Águas de Portugal para ser o primeiro grande operador de águas neutro no mundo”. O ministro não deixou de enaltecer o facto da tecnologia estar em evolução constante, lembrando que na preparação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica, foi utilizada apenas a tecnologia existente: “Utilizamos a tecnologia que conhecíamos e cuja maturidade ia crescer o suficiente”. E uma vez que tal maturidade é uma realidade, o chefe da pasta do Ambiente não deixa de sublinhar a importância dessa mesma ser complementada pela “imaginação dos técnicos de quem os lidera” e pela “perspetiva de entendimento e complementaridade. Tenho a certeza que a EPAL teria estas mesmas preocupações se o Ministério do Ambiente fosse aquele mais clássico que existia no passado, mas também tenho a certeza que a EPAL tem uma dupla vontade de fazer estes projetos porque este Ministério junta água e energia, além de muitas outras coisas”, declara o ministro.
A “vontade” do ministério é de que haja mais projetos e que “cresçam e se multipliquem” por todo o país, chegando a cada um a “vontade de fazer pensando em si próprio” e, acima de tudo, “pensando no bem comum” que, cada vez mais, implica falar em “condições ambientais e de sustentabilidade do planeta”, afirma.
“É momentos como estes que sentimos que temos um Ministério grande mas que vale a pena ter este Ministério grande”, remata.
As primeiras centrais fotovoltaicas no recinto do Parque das Nações incluem um parque de estacionamento com coberturas fotovoltaicas, onde se localizam carregadores elétricos para a frota elétrica da EPAL, totalizando 650 kW. Este parque terá painéis fotovoltaicos como cobertura dos telheiros. A energia renovável produzida será utilizada no carregamento de viaturas elétricas para suprir as necessidades energéticas do complexo EPAL no Parque das Nações. Na Estação Elevatória de Telheiras, existirá uma central fotovoltaica de 500 kW, prevendo-se, a médio prazo, a ampliação para 1 MW. Um dos Reservatórios será coberto, instalando, para já, cerca de 500 kW, ficando preparado para um segundo investimento posterior de mais 500 kW, na segunda célula, após alterações no modelo de exploração para a nova realidade fotovoltaica.