O Jardim Zoológico acaba de anunciar em comunicado o nascimento de três crias de Leopardo-da-pérsia (Panthera pardus saxicolor). O nascimento destes animais, cuja espécie está classificada como “Em Perigo” pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), vem assim “reforçar o Programa Internacional de Reprodução e Reintrodução da Espécie e trazer esperança a uma espécie em declínio desde os anos 50”, refere.
De acordo com a informação, os “três pequenos machos nasceram na madrugada de dia 23, depois de uma gestação de cerca de três meses”. Câmaras de filmar foram previamente colocadas na instalação, tanto interior como exterior, o que permitiu acompanhar à distância a última fase de gestação da fêmea bem como o desenvolvimento das crias. José Dias Ferreira, coordenador do programa europeu de reprodução desta subespécie de leopardo refere que “as crias estão saudáveis e já é possível observá-las a explorar a instalação exterior com Elin, uma excelente progenitora, muito protetora.”
De forma a sensibilizar para as ameaças que esta espécie enfrenta no habitat natural e para dar a conhecer um pouco sobre o Cáucaso, o vasto território de onde é originária, o Jardim Zoológico em parceria com a Mirpuri Foundation, padrinhos deste projeto, selecionou um conjunto de 3 nomes e desafia os visitantes a participar na votação para a atribuição do nome a uma destas pequenas crias. Dois dos nomes em votação, Zangezur e Talish, representam cadeias montanhosas na região do Cáucaso com extrema importância para a sobrevivência da espécie. Noah, o terceiro nome, homenageia um leopardo homónimo que entre 2004 e 2009 desempenhou um papel fundamental na consciencialização das populações e dos organismos ligados à proteção da vida selvagem naquela região.
Para as restantes crias, os nomes foram selecionados pelo Jardim Zoológico e pela Mirpuri Foundation que escolheram Kiamaky, uma montanha da região onde em 2014 houve um dos primeiros registos de reprodução de leopardos; e Amirhossein-Khaleghi, um conservacionista Iraniano que dedica a sua vida à conservação da espécie.
A fragmentação do território, a caça para a obtenção de troféus e para o comércio ilegal de pele e ossos e a diminuição de recursos alimentares, são algumas das razões que levam ao rápido declínio da população de leopardos na natureza. Para além de todas as ameaças, os conflitos armados e a instabilidade política vivida na região dificultam os trabalhos de conservação e aumentam o risco de ameaça das espécies que aí habitam.
O Projeto que visa a recuperação destes animais no Cáucaso teve início em 2005 e para Aurel Heidelberg, coordenador dos projetos da WWF Alemanha no Cáucaso, “hoje, mais de 10 anos depois do início do trabalho de conservação podemos dizer que temos tido particular sucesso em algumas zonas onde não havia evidência de leopardos residentes”. Aurel avança ainda que, “para além do registo da permanência de animais nestas áreas, sabemos ainda que todos os anos é registado o nascimento de novas crias. Estes dados vêm provar de que a abordagem de conservação que estamos a implementar na área está a funcionar.”