Esta foi uma das declarações ouvidas durante o primeiro painel do XIV Encontro Nacional de Gestão de Resíduos da APEMETA, proferida por Miguel Nunes, vogal do Conselho de Administração da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos).
Na sua exposição sobre o papel dos aterros sanitários na gestão de resíduos, o orador convidado frisou que o “aterro é absolutamente necessário”, pois até agora não se mostraram melhores alternativas ao seu fim. Ao mesmo tempo lembrou que o PAPERSU prevê um investimento em aterros de 90 milhões de euros, sendo que apenas 13 sistemas em alta preveem este investimento (o que permitirá cerca de 10 milhões de toneladas de acréscimo de capacidade).
E também prevista no PERSU 2030, Miguel Nunes saudou a devolução do TGR ao setor para “reinvestimento em projetos que promovam a recolha seletiva e o tratamento na origem de biorresíduos”, a par da importância da responsabilidade alargada do produtor.
Todavia, o vogal da ERSAR explica que “o cidadão não dá o devido valor ao serviço” e que, consequentemente, “não estamos dispostos a pagar mais um euro pelos resíduos”. Face a isto, “estamos muito longe de arranjar um instrumento certo” e vive-se uma situação em que não há cobertura dos gastos.
Noutro ponto, Miguel Nunes defendeu a introdução do PAYT como um “mecanismo poderoso na reciclagem de resíduos”, relembrando que a sua obrigatoriedade começa já em 2025.
O XIV Encontro Nacional de Gestão de Resíduos – Desafios, Soluções e Experiências realizou-se ao longo desta quinta-feira, 20 de junho, na Universidade Lusófona, em Lisboa, juntando vários players e entidades ligadas ao setor.
O evento foi organizado pela APEMETA, em parceria com a ESGRA e a Universidade Lusófona, tendo a Ambiente Magazine como media partner.