Na Maia, os resíduos têxteis são reciclados e permitiram angariar dinheiro para doar a instituições locais
EM 2019, na Maia, foram depositados nos roupões disponíveis no concelho, aproximadamente, 230 toneladas de resíduos têxteis que permitiram angariar 10.000 euros de verba, agora doados a instituições locais.
A iniciativa promovida pela Maiambiente e pela Wippytex, empresa responsável pela recolha destes resíduos, representa um ato simbólico, mas que retrata o esforço da população e que é devolvido à comunidade através do apoio social prestado pelas instituições.
A cerimónia de entrega de donativos decorreu no dia 17 de dezembro e foi presidida pelo presidente do Conselho de Administração da Maiambiente, Paulo Ramalho; pelo administrador da Wippytex, Pedro
Oliver; pelo diretor delegado da Lipor e membro do Conselho de Administração da Maiambiente, Fernando Leite, e pelo presidente da Câmara Municipal da Maia, António da Silva Tiago.
Para o presidente da Maiambiente, “é com orgulho que assumimos um caminho que não visa apenas os resultados económicos da empresa, mais que permite participar ativamente no bem-estar da nossa comunidade. E este projeto representa isso mesmo”. Reforçando, “queremos continuar a fazer esta caminhada com a Wippytex para conseguirmos aumentar a recolha seletiva destes resíduos com alto índice de valorização”.
Desde o início desta parceria, já foram apoiadas 41 instituições locais, com a atribuição de mais de 72 mil euros (72.396 ,52€) que corresponderam à verba angariada com a recolha de 1.663 toneladas de roupa.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara da Maia salientou o orgulho de participar neste gesto “que nos enaltece a todos”. Afirmando, “todos temos a responsabilidade de trabalhar para uma sociedade em que as desigualdades sociais tendam a zero. E não sendo possível extinguir todas, é uma obrigação nossa minimizar os seus efeitos, fazendo tudo o que está ao nosso alcance para resolver os problemas daqueles que são mais frágeis”.
Segundo o administrador da Wippytex, “vivemos numa era de consumismo brutal em que são produzidos mais de 35 kg de resíduos têxteis, por habitante/ano, e apenas são recolhidos seletivamente cerca de 1,5%”. Alertando, “a não valorização destes resíduos tem impacto negativo para todos. Não só do ponto de vista ambiental, mas também económico”. O caminho passará por “uma maior consciencialização da população, o aumento da disponibilização de contentores para facilitar o acesso às pessoas, mas também a reformulação da própria indústria têxtil”.
Maia está 14 anos à frente na recolha seletiva de resíduos têxteis
Por diretiva da União Europeia (UE), os municípios serão obrigados, até 2025, a implementar soluções de recolha seletiva de resíduos têxteis. Em Portugal, deita-se para o lixo cerca de 200 mil toneladas de têxteis, por ano, e apenas 4,3% destes resíduos é enviado para valorização, de acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A Maia já disponibiliza a recolha seletiva destes resíduos, em parceria com a Wippytex, desde 2011. Estando, por isso, 14 anos à frente da data limite agora imposta pela UE.
De forma a oferecer as condições necessárias para que todos possam contribuir para o aumento da valorização destes resíduos, transformando-os em novos recursos e, simultaneamente, reduzindo a deposição em aterro ou incineração, encontram-se instalados no concelho da Maia 48 Roupões, contentores azuis claros e identificados para a deposição seletiva destes resíduos. Através desta parceria, a Maia irá continuar a apostar no reforço da distribuição geográfica dos equipamentos para deposição de roupas no concelho.