#EconomiaCircular: Murta Atitude Natural incentiva ao maior número possível de portugueses a adotar atitudes e práticas sustentáveis no seu dia-a-dia
A Economia Circular está, hoje, subjacente em muitas empresas. Produtos sustentáveis, amigos do ambiente e com um ciclo de vida longo são, cada vez mais, uma opção. Há também quem ponha em prática estes conceitos e desenvolva os seus próprios produtos. Com o objetivo de dar “voz” a projetos de cariz sustentável, a Ambiente Magazine irá, todas as semanas, apresentar algumas iniciativas aos nossos leitores e dar a conhecer o que se faz em Portugal nesta área. Esta semana, partilhamos o “Murta Atitude Natural”.
A Murta Atitude Natural é uma plataforma de promoção de sustentabilidade que para já se sustenta em duas vertentes: blog e uma loja online.
Cláudia Almeida, fundadora e gerente da Murta Atitude Natural, diz que o objetivo deste projeto é, essencialmente, motivar os portugueses a aderirem, da forma mais simples possível, a um “estilo de vida mais sustentável”, dentro das possibilidades, do tempo e do compromisso de cada um. Assim, com o blog pretendem “abordar de forma clara todas as problemáticas” que envolvem a sustentabilidade. Já com a loja desejam fornecer aos portugueses “artigos que possibilitem a mudança gradual para o tão pretendido estilo de vida sustentável”. Em suma: “No blog divulgamos como fazer esta transição e na loja possibilitamos a aquisição dos artigos necessários”, sucinta.
Ambientalmente, o grande objetivo do projeto consiste em incentivar o “maior número possível de portugueses” a adotar atitudes e práticas sustentáveis no seu dia-a-dia: “Pretendemos diferenciar-nos pela objetividade, clareza e escrutínio da informação publicada no blog e na aplicação de critérios reais de sustentabilidade em todos os artigos disponibilizados na loja, de modo a assegurar a qualidade e veracidade de cada um”. Para a gerente “não basta o artigo ser considerado ecológico se é proveniente de países a meio mundo de distância”, diz, ressaltando que, “de momento apenas os artigos para os quais ainda não conseguimos encontrar fornecedor e estabelecer parceria em Portugal é que são provenientes do estrangeiro”. E mesmo quando essa é uma necessidade não dispensam que a empresa escolhida cumpra os nossos critérios de qualidade, declara. Na plataforma da Murta, os “consumidores” e “visitantes” poderão sempre encontrar “informação interessante e artigos sustentáveis”, maioritariamente portugueses e artesanais, criteriosamente selecionados, reforça.
O “Murta Atitude Natural” arrancou em outubro de 2020, sendo que ainda é difícil fazer um balanço. Contudo, o “feedback” da loja e do blog tem sido muito positivo: “As últimas opiniões foram direcionadas para todo o processo de compra que foi considerado completo e profissional, com a informação constante do consumidor sobre o estado da sua encomenda”, destaca Cláudia Almeida.
[blockquote style=”2″]Não basta apenas criar legislação e comunicá-la, é preciso fazer parte da mudança e desta transição no dia-a-dia[/blockquote]
Relativamente ao futuro, o desejo passa por “alargar a oferta de artigos na loja” de modo a conseguirem “abranger ainda mais momentos do dia-a-dia” e a “incentivar à sua conversão em atitudes sustentáveis”. E isso “passa obviamente pela procura incessante de empresas portuguesas sustentáveis” e pelo “posterior estabelecimento de mais parcerias”, refere. Outro objetivo, de maior complexidade, é também a “redução, no sentido da eliminação, de todos os artigos provenientes do estrangeiro” o que implica a sua “substituição por artigos nacionais”, acrescenta.
No que diz respeito às matérias de economia circular, a fundadora da “Murta Atitude Natural” acredita que todos os países têm ainda um caminho longo para fazer, inclusive Portugal. E o aparecimento da pandemia não ajudou: “Veio, praticamente, remover o tema da sustentabilidade da atenção dos cidadãos e dos políticos, o que é inaceitável”, atenta. A década 2020-2030 é assim determinante, tendo que, “forçosamente, consistir na viragem da humanidade”, no sentido da sustentabilidade: “E um ano já passou”, alerta. Neste contexto pandémico e de confinamento, a responsável espera que todos os portugueses “reservem algum do seu tempo” para pensar em “como poderão contribuir para um amanhã melhor”, pois no sentido da sustentabilidade, “todos tempos um papel a desempenhar, e podemos fazê-lo já amanhã”, precisa.
Questionada sobre o que é que falta a Portugal em matérias de sustentabilidade, Cláudia Almeida é perentória: “Ao nosso país não falta nada, temos tudo o que precisamos. Os objetivos de desenvolvimento sustentável estão criados e as metas estão estabelecidas”. O que falta é mesmo “trabalhar arduamente” para ir ao encontro dos resultados pretendidos. No entanto, atenta a responsável, é importante que os portugueses compreendam que a sustentabilidade “não se faz de política”, mas “sim de atitudes diárias”. E, atenta, não são apenas as entidades governativas ou as grandes empresas que podem fazer a diferença: “Todos podemos, porque a legislação e as regras podem existir, mas se ninguém a cumprir o país não avançará”. Quanto aos líderes políticos, a responsável considera que devem ter um “papel ativo e verdadeiro” em matéria da sustentabilidade: “Não basta apenas criar legislação e comunicá-la, é preciso fazer parte da mudança e desta transição no dia-a-dia”, remata.
Quais as perspetivas para o futuro sobre estas matérias?
Como pessoa positiva acredito que no futuro ainda se falará muito de Portugal e não por más razões. Somos um povo histórico, com garra, com determinação, que na adversidade se levanta, e acredito que fará toda a diferença. Até agora a sustentabilidade tem sido um tema de segunda importância, mas à velocidade a que aparecem projetos e empresas nesta área acredito que passará para primeiro lugar bem depressa. E aí Portugal vai mostrar novamente a sua força, unindo-se e revelando-se como um país que, recheado de natureza, aprendeu a beneficiar corretamente dela e a permitir que ela também saia beneficiada desta ligação.