Os municípios mais pequenos vão receber apoios para integrar os mercados tradicionais nas regras da economia circular ao optarem por veículos elétricos, como triciclos, diminuírem as embalagens descartáveis e o plástico, usarem reutilizáveis e reduzirem o desperdício.
Os municípios com menos de 50 mil habitantes “poderão apresentar candidaturas que incluam um conjunto de ações, projetos esses que terão um apoio a 90% e, em cada candidatura, o máximo que se apoia são 45 mil euros”, referiu hoje à Lusa o secretário de Estado adjunto e do Ambiente, José Mendes.
Através do Fundo Ambiental estão disponíveis para este aviso 900 mil euros, “o que significa que poderão ser apoiados cerca de 20 candidaturas de 20 mercados municipais de frescos”, disse o governante. O aviso do Fundo Ambiental tem como tema a logística descarbonizada e a economia circular em mercados tradicionais de frescos.
O secretário de Estado explicou que é uma ação que visa alterar comportamentos com o objetivo da “utilização de veículos, quadriciclos, triciclos em bicicletas que podem ter tração elétrica, também a possibilidade de esses mercados reduzirem o plástico e as embalagens descartáveis, nomeadamente usando embalagens reutilizáveis, com materiais sustentáveis”.
As candidaturas podem ser apresentadas até 31 de agosto pelos municípios ou pelas entidades gestoras dos mercados, que podem ter parceiros. São esperadas propostas visando, por exemplo, a adoção de embalagens próprias de cada espaço, que podem ser emprestadas ou alugadas aos seus utilizadores, ou a criação de plataformas a associar produtores e consumidores, numa micrologística no sentido de reduzir o número de intermediários, “o que significa que uma logística mais descarbonizada”, segundo o secretário de Estado.
“Pretendemos ainda financiar ações de redução de resíduos e do desperdício alimentar”, salientou José Mendes. Os projetos a apresentar podem incluir “medidas de sensibilização, não visam só a compra de equipamento, o desenvolvimento de embalagens próprias, reutilizáveis, de materiais sustentáveis, ou recicláveis, mas também medidas promotoras da economia circular e da economia da partilha”, resumiu José Mendes.
O governante salientou igualmente a importância de sensibilizar para a redução do desperdício alimentar, relevante nos mercados municipais, dado que se trata de alimentos frescos que se degradam mais rapidamente e seria positivo se fosse definida uma forma de dar destino a essas sobras, por exemplo, para ajudar famílias carenciadas.
A iniciativa do Fundo Ambiental insere-se no objetivo de “começar a alterar comportamentos e a cultura e fazer projetos piloto que mais à frente os municípios, pelos seus próprios meios, podem dar uma escala maior”, realçou o secretário de Estado. Admitiu que o Fundo Ambiental pode, face aos resultados obtidos com estes projetos, fazer o lançamento de novos avisos, até com mais escala.
A economia circular baseia-se na redução do uso de matérias primas e na aposta na reciclagem e reutilização de produtos, ao contrário da atual economia linear, em que são extraídos recursos à natureza, usados e deitados fora.