Os municípios do Algarve resolveram avançar com um conjunto de medidas de contingência, face ao grave período de seca que a região atravessa. Além disso, o desígnio regional é terminar o ano de 2023 com um aumento de 0% no consumo de água, em relação a 2019.
Entre as novas medidas da AMAL -Comunidade Intermunicipal do Algarve estão decisões como o encerramento antecipado das piscinas municipais nas áreas do litoral, redução dos dias de rega e cessar a rega dos espaços verdes públicos relvados com reconversão por espécies autóctones e com necessidades menores de disponibilidade hídrica.
A estas juntam-se as já tomadas no ano passado, como a redução do consumo público de água nos jardins, encerramento antecipado das piscinas municipais, com exceção das piscinas nos territórios mais do interior, a redução de lavagens de rua e a eliminação de lavagem de equipamentos, exceto a lavagem de contentores de higiene urbana.
O consumo dos municípios representa, no entanto, apenas cerca de 10% da água consumida no Algarve, os restantes 90% são da responsabilidade de particulares, pelo que António Pina, presidente da AMAL-Comunidade Intermunicipal do Algarve, referiu que os municípios estão a fazer a parte que lhes compete e até poderão ir mais longe, mas, para tal, é necessário que tenham ao dispor outros instrumentos.
A partir de dia 15 de junho, vai ser lançada uma campanha de sensibilização, junto da população, a apelar à poupança de água e a que o consumo se restrinja apenas ao absolutamente necessário no quotidiano.
O Presidente da AMAL defende a “penalização de consumos excessivos” ou seja, “penalizar quem não cumpre e realiza consumos desnecessários”, e para isso acontecer, será necessária a implementação de instrumentos legislativos, ou seja, alterações à Lei da Água, que permitam aumentar as taxas a pagar quando se verifiquem consumos que não se justifiquem.
Numa reunião por videoconferência, Duarte Cordeiro anunciou que, até ao final deste mês, será conhecido o local onde irá ser instalada a central de dessalinização.
Neste contexto, de combate ao problema da falta de água, o presidente da AMAL lembrou que os 16 municípios da região têm estado, desde o ano passado, a trabalhar no “Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve”, enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Uma das medidas previstas nesse plano, a “SM1 – Reduzir perdas de água no setor urbano”, tem um valor total de 35 milhões de euros, é gerido pela AMAL e é destinada à redução do nível de perdas reais de água nas redes de abastecimento em baixa.