A CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral apresentou o seu Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo Litoral (PIAAC-AL). O documento, com ações para curto, médio e longo prazo, tem como objetivo garantir a qualidade de vida das populações de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, enquanto assegura a preservação do património da região.
“O Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo Litoral enumera um conjunto de medidas que irão guiar a atuação dos cinco municípios, por forma a consolidar um território cada vez mais próspero, inclusivo, socialmente justo e solidário, garantindo que ninguém é deixado para trás”, afirma Vítor Proença, Presidente da CIMAL.
O plano, cuja elaboração envolveu múltiplos setores e entidades públicas e privadas, faz um retrato da região com base em nove setores: Agricultura, pecuária e florestas; Turismo e outros setores económicos; Recursos hídricos; Saúde e segurança de pessoas e bens; Zonas costeiras e recursos marinhos; Infraestruturas e transportes; Biodiversidade e paisagem; Energia, indústria e resíduos; Ordenamento do território.
O aumento da temperatura média anual, a subida do nível do mar, e fenómenos de seca extrema e inundações foram identificados como os principais riscos para o Alentejo Litoral.
“De entre as medidas de adaptação e de mitigação aos desafios ambientais – que serão implementadas num período de dez anos –, importa destacar a gestão dos recursos hídricos, que são essenciais para três setores económicos da região: a agricultura, a indústria e o turismo. O Alentejo Litoral tem reservas consideráveis de água no subsolo, mas não são inesgotáveis”, considera Vítor Proença.
Tendo em conta o previsível aumento dos períodos de seca e, consequentemente, uma redução da precipitação, esta gestão passará pela poupança de água, tanto no consumo doméstico, como na agricultura, na indústria e no turismo, mas também pela diversificação da sua origem, nomeadamente com o recurso à dessalinização de água do mar.
Outra das medidas previstas no plano é a monitorização e a prevenção da evolução da água salgada nos estuários dos rios, lagoas costeiras e aquíferos. Algo particularmente importante na preservação da produção de arroz, que tem no Alentejo Litoral a segunda maior área do país depois do vale do Sorraia.
Ainda no âmbito da proteção do território, será necessário reduzir a exposição aos fatores extremos, por forma a garantir a preservação do património natural, nomeadamente através do reforço dos meios de combate a incêndios.
“Temos de apostar na capacidade do nosso meio ambiente de resistir e adaptar-se à nova realidade climatérica”, refere o Presidente da CIMAL, destacando a importância de sensibilizar a população e os visitantes do Alentejo Litoral para a adoção de “atitudes e comportamentos que assegurem a preservação dos recursos essenciais para a subsistência da região”.
“As alterações climáticas já estão a transformar a paisagem que nós conhecemos, e a desafiar a nossa economia e a nossa qualidade de vida. O PIAAC-AL é a resposta para estes desafios. O futuro do Alentejo Litoral depende do que temos vindo a fazer e do que nos propusemos a fazer a partir de hoje, com este guião baseado na ciência e no conhecimento”, conclui Vítor Proença.