O ministro do Ambiente afirmou hoje que os projetos municipais que ponham as pessoas a andar mais a pé e de bicicleta são essenciais para o objetivo de Portugal conseguir ser neutros nas emissões de dióxido de carbono até 2050. João Matos Fernandes falava à agência Lusa à margem da abertura do 13º Congresso Nacional de engenharia Ambiental, que decorre hoje e terça-feira na Universidade Lusófona, em Lisboa.
O ministro afirmou que, para conseguir a meta, é preciso favorecer “todos os projetos que tornem mais amena a presença na rua, que tornem possível andar a pé e garantam outros modos de transporte como a bicicleta”, disse o governante, que na abertura do congresso afirmou que durante o próximo mês deverá estar pronto o roteiro nacional para a neutralidade carbónica. “Temos que decididamente produzir energia a partir de fontes limpas e decididamente ter padrões de mobilidade completamente distintos, com modos de transporte que não produzam gases que provoquem o agravamento do efeito estufa”, destacou.
Portugal, que avançou muito em domínios socio-ambientais como o abastecimento de águas ou o tratamento de lixo e esgotos, “não fez esse avanço” em matéria de mobilidade e transportes, considerou.
“O papel das autarquias é fundamental”, declarou, afirmando que a entrega aos municípios de empresas de transporte como a Carris é “é reconhecer que quem gere os territórios e a via pública pode ser mais importante na promoção do transporte coletivo”.
João Matos Fernandes afirmou que “cidades inteligentes” se fazem quer com decisões tomadas com inteligência quer com a digitalização de serviços, como o que já existe no Porto em matéria de transportes. No sistema Andante, existe um cartão único que pode ser utilizado em vários meios de transporte. Referindo que o governo pretende alargar a Lisboa este sistema, João Matos Fernandes indicou que os transportes coletivos são pagos “no final do mês como hoje são a água, a luz ou o telefone”. O sistema poderá no futuro integrar também táxis e até estacionamento no cartão, que não se limita a adicionar custos de viagens, mas cobra de forma inteligente, percebendo quando uma viagem é repetida ao longo do mês e cobrando-a à tarifa mais económica.